Reforma tributária. No Congresso Nacional não se fala de outra coisa. O fato é que trata-se de uma mudança "meia boca" que, na prática, não reduz impostos, o mínimo que se esperava de uma reforma justa em nosso sistema tributário. O único avanço, o imposto sobre as grandes fortunas, foi retirado do texto.
Era de se esperar já que o relatório foi feito por um deputado-empresário. Sandro Mabel (PR-GO), além de mensaleiro absolvido pelos colegas, é dono de uma das maiores fábricas de biscoitos do país. Aliás, em benefício próprio, ele incluiu no texto a possibilidade de estados permitirem a importação de insumos com isenção total de imposto. Tá querendo comprar trigo mais barato para suas fábricas.
Resumindo: Alguém acredita que uma reforma tributária gestada em recintos luxuosos do Hotel Meliá, em Brasília, vai beneficiar o metalúrgico que dá duro em uma fábrica de São Bernando do Campo? Essa era uma boa pergunta para se fazer ao presidente Lula.
Já ia esquecendo. A reforma também acaba com a CSLL dos bancos, aquele imposto de 15% sobre o lucro líquido. Coitadinhos dos banqueiros! Estão sofrendo tanto com a crise. Merecem mais uma ajudinha, não é Lula? Sobre isso, vale a leitura de outra matéria, desta vez do Estadão: Lucro líquido de 15 bancos supera o de 201 empresas.
Comparação: Para salvar bancos da crise o governo já liberou mais de R$ 150 bilhões. Para ajudar as vítimas da tragédia das chuvas em Santa Catarina foram pouco mais de R$ 1 bilhão.
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