quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Onças, cintos e o trânsito

Minha carteira de motorista venceu dia 8 de janeiro. Prevenido, fui tratar de renová-la. Como minha primeira habilitação é de 1993, tinha duas opções: passar de novo pela prova do Detran ou fazer um curso de reciclagem de três dias numa auto-escola. Optei pela segunda opção. Sabe como é, época de férias a fila no Detran pra marcar a prova é quilométrica e sua velocidade fica abaixo do mínimo permitido pelo Código Nacional de Trânsito.

Bom, mas vamos ao ponto. Já passei por dois dias do curso. Amanhã termina e recebo a nova carteira em casa. Sou o mais novo da minha turma que deve ter uma média de idade de 60 anos. Se somar tudo, acho que dá para retroceder até o nascimento de Cristo. Nestes dois dias escutei absurdos de todos os tipos. Vou citar dois (depois cito mais), pois acho que vale para exemplificar a média da conscientização do motorista brasileiro. Lá vai:

No primeiro dia de aula, quando a instrutora explicava sobre a importância do uso do cinto de segurança, um senhor de pouco mais de 60 anos, negro de cabelos grisalhos e com um óculos escursos a la Waldik Soriano, interrompeu a aula com seu testemunho pessoal:

_ Eu não uso cinto. Detesto. Sei que é lei, mas não uso. Pra mim ele não ajuda nada, só atrapalha. Imagina se eu cair num rio. Não vou conseguir tirar e acabo morrendo afogado. Já vi notícia desse tipo na televisão. Além do mais, o cinto só incomoda. Quando a gente para no posto passa o maior trabalho pra tirar a carteira do bolso de trás. Fica todo amarrado. Eu não gosto desse bota e tira. Não ando de cinto e pronto. Já levei três multas por causa disso. Ah, professora, isso dá quantos pontos na carteira?

A professora, sem jeito, tentou convencê-lo da importância do cinto, mostrou as estatísticas, falou da obrigatoriedade, dos riscos de não usá-lo e, por fim, disse que cada multa dava 3 pontos, o que não lhe tirava ainda o direito de dirigir. Mas caiu na besteira de informar que, após completado um ano da infração, os pontos zeram. Na bucha, o senhor respondeu:

_ Ah é? Pensei que ficava pra sempre. Agora mesmo é que não vou usar mais o cinto.

Nesta quarta, o homem agiu de novo, bem na hora que professora falava sobre o cuidado que devemos ter com a travessia de animais na pista.

_ Olha professora, nessa eu sou mestre, não tem perigo não. Tava dirigindo a noite, saindo da fazenda com o caminhão carregado de boi quando uma onça cruzou a minha frente. Não tive dúvida. Mirei nela e acelerei. Foi uma pancada só e lá tava a bicha estirada no chão. Tem que matar mesmo. É um bicho malvado e assassino.

A professora mais uma vez ficou sem ação. Ainda tentou argumentar que ele poderia ter perdido a direção do caminhão, que a onça podia ter voado no pára-brisa... Mas o senhor, do alto de sua sabedoria, dava de ombros:

_ Isso nem dá multa! Se passar outra eu mato de novo!

Nessa hora tive que interromper:

_ Não dá multa, mas dá cana. E pior: é crime ambiental e inafiançável. Vai direto pra cadeia. Tô achando que o senhor tá querendo é um bafo de onça no cangote!

No que ele respondeu:

_ Dá nada não, ninguém viu, tava escuro.

Pois bem, amanhã é o último dia de aula. Esse senhor vai receber seu certificado e a carteira renovada em casa.

Enquanto isso, o governo federal quer aumentar em 70% o valor das multas. Conscientização que é bom nada. Aliás, o governo é o maior infrator nessa área. Por lei é obrigado a investir 95% do arrecadado com multas na educação do trânsito. Ao invés disso, desvia para outras áreas. Nas palavras do meu companheiro de cursinho:

_ Dá nada não, ninguém viu, tava escuro.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Na conta dos outros é refresco

Se tivesse vergonha na cara, o presidente Lula Molusco deveria deixar disponível aos cidadãos todos os gastos feitos em seu benefício com cartões corporativos sustentados com dinheiro público . Atualmente as despesas são secretas.

Se o chefe maior da Nação tem o direito de "vasculhar" as contas de todos os brasileiros, como prevê recente norma da Receita Federal baixada para substituit o "instrumento fiscalizatório" da CPMF, também deve dar trasparência as suas contas.

Mas parece que, no Planalto, como sempre, a ordem é desviar o foco de Lula Molusco. Estão pagando o pato, por enquanto, os ministros da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, e o da Pesca, Antemir Gregolin. Até a ministra-presidenciável Dilma Roussef entrou na história para confundir, mandando por conta própria investigar os colegas.

A nova norma da Receita vigora desde o dia 1º de janeiro deste ano. Pela instrução, os bancos ficam obrigados a enviar à Receita dados sobre a movimentação financeiras de pessoas físicas que excederem o limite de R$ 5 mil em seis meses. No caso de pessoas jurídicas, o valor sobe para R$ 10 mil. Se, quando era proibido, o ex-ministro Palocci já fez o que fez com o caseiro Francenildo, imagine agora que tá tudo liberado.

No meu caso, podem vasculhar a vontade. O problema é que o sigilo bancário é um direito constitucional, só passível de quebra mediante um processo judicial ou administrativo. Quebra indiscriminada abre espaço para qualquer tipo de picaretagem. E, no meio político, poderá servir para uma infinidade de intenções escusas e, porque não dizer, até criminosas.

Mas se Lula Molusco insiste, tudo bem. Estou diposto até a participar de uma campanha pela "abertura ampla, geral e irrestrita". Mas coloco uma indagação: Se todos são iguais perante a lei, por que o Presidente da República, sob o pífio argumento de segredo de estado, tem o o direito de esconder do contribuinte os gastos com suas churrascadas?

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Precisão jornalística

Quando era aluno do curso de jornalismo da UFSC viviam me cobrando precisão jornalística. Um bom profissional, ensinavam os mestres, checa, confere, não coloca na matéria um "mais ou menos", "cerca de", "por volta de". E não é que entro, hoje, no site do curso, para tentar localizar meu trabalho final e encontro a seguinte descrição dos projetos de conclusão:

Formandos em 1993

Título: Pescadores da ilha: da fartura ao abandono

Autor: Diógenes Botelho Fischer


Sobre isso faço as seguintes observações:

1 - Ingressei no curso em 1992. Portanto, impossível ter me formado em 1993. Formei em 1997/2.

2 - Meu nome completo é Diógenes Silva Botelho. O tal trabalho final, cuja única informação correta no site da UFSC é o título, foi feito em conjunto com outro Diógenes, no caso o Fischer Swalb. Ou seja, uniram os "dois diógenes num só", formando uma espécie de ser híbrido, junção de lageano com manezinho da ilha. E, pra piorar, ainda esqueceram do terceiro autor do trabalho: Sérgio Rodrigo Severino.

3 - Ah, também sumiram com nosso trabalho da rede. Era uma grande reportagem multimídia, com texto, fotos, aúdio e vídeo. Graças ao zelo do Departamento de Comunicação só tenho hoje acesso a minhas páginas impressas e as fotos que guardo em meus arquivos. Nosso backup foi devidamente roubado por um gatuno que invadiu a casa do Serginho no Saco dos Limões.

Após as devidas explicações, replico ao curso de jornalismo alguns comentários que faziam sobre minha "irresponsabilidade" durante a faculdade: "É pra matar", "Assim não dá magrão", "Tu é bom, mas muito mandrião"... e por aí vai.

Os comentários estão sendo devolvidos, acompanhados de um sonoro PUTAQUEPARIU!!!!!!!

Dá-lhe Figueira

Esse início de temporada não podia ser melhor para o Figueirense. Levamos a Copa São Paulo de Juniores, feito inédito para o futebol catarinense, e, de quebra, seguimos "nas cabeças" do campeonato catarinense, mesmo com um jogo a menos. Um bom começo de ano para o único representante da terrinha no campeonato brasileiro da primeira divisão. Dá-lhe Figueira!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Servicinho das Casas Bahia

A tralheira lá em casa tava grande e os livros, anotações, bloquinhos e fitas começaram a se espalhar pelos racks, mesas, mesinhas de cabeceira... Resolvi comprar uma estante. Pesquisei um pouquinho e acabei parando nas Casas Bahia. Tinha o melhor preço, além da peça ser bem moderna. Pois comprei na segunda-feira. Aí começou o calvário. O vendedor me avisou que só podiam entregar na quinta. Tá bom! Vieram na quinta e deixaram as tralhas lá.

Ué, não vão montar não?

Me responderam que até segunda o montador viria. Putaquepariu! Por sorte veio hoje (sexta). Só que os dois desgramas conseguiram queimar meu filtro de linha. Também, duas furadeiras naquela joça só podia estourar. Pra finalizar, uma das laterais veio falhada.

E aí?

Ô moço, vamos montar assim mesmo e daqui pra oito (traduzindo o baianês: em uma semana) vem outro montador trocar.

Acabaram de sair lá de casa.

Resultado: Vou ter que comprar outro filtro de linha e esperar a troca da lateral lanhada.

Tô pensando em ligar para reclamar. Mas aí eu penso: e se treinaram os atendentes no estilo garoto propaganda malinha. Já sei, vou xingar em manezês.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Taí o Judas da Santa Ceia de Lula Molusco

Mais cedo postei uma notícia sobre a Santa Ceia de Lula Molusco. Falava que, após o convescote com os apóstolos, Jesus foi traído por Judas e pregado na cruz. Por isso, dizia eu, Lula tinha que ficar esperto.

Pois não é que o Judas de Lula Molusco veio a cavalo, ou melhor, de Land Rover. Atende pelo nome de Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT e um dos cabeças do mensalão. O cara está fazendo um acordo com o procurador-geral da República para se livrar do processo. E, como se sabe, o procurador só faz acordo com dedo-duro. A Folha Online acaba de publicar isso aí:

Silvio Pereira negocia acordo com PGR e não deve depor à Justiça

REGIANE SOARES
da Folha Online

O ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira negocia um acordo com a PGR (Procuradoria-Geral da República) no processo que tramita contra ele no caso do mensalão. Com isso, ele não deverá depor hoje à Justiça Federal de São Paulo.

O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a suspensão do processo contra Silvio Pereira, que responde a ação penal do mensalão por formação de quadrilha --cuja pena é de um a três anos. Leia mais

Efeito Lula




Santa Ceia

Lula molusco comparou ontem sua reunião ministerial com a Santa Ceia. É bom ficar esperto! Foi após o convescote com os apóstolos que Jesus Cristo foi traído e pregado na cruz.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Mais arquivos


Fuçando nos meus arquivos encontrei mais essas duas pérolas. Os instantâneos foram tirados na casa do "Pai Botelho". Neste dia, o bairro do Estreito, em Floripa, tremeu.

Da esq. p/ dir: O primeiro, na penumbra, não identifiquei. Depois, em pé, se perfilam Elton Ricardo "Barretão", Josemar Sehnem, Zédassilva, Cristina "Flit" Gallo, Lúcio Lambranho e Adriane Adratt. Agachados e pelejando seguem Yan Boechat, Gabriela Veras e Mauricinho.

Isso é que é staff de primeira.

A segunda foto é estrelada por um dublê de guerrilheiro nicaraguense que, nas horas vagas, responde pela presidência do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina.

Em Brasília, um setor só para a sacanagem

Fiz essa matéria aí para a Playboy. Publicaram na edição da Siri do BBB. Mas sabe como é, revista sempre dá aquela cortada básica no texto por falta de espaço. Acho que vale a pena publicar aqui no blog a íntegra da entrevista com o ex-vice governador do Distrito Federal sobre sua idéia de criar um putódromo em Brasília. Lá vai:

No Distrito Federal, quase tudo possui um lugar definido. Tem setor hoteleiro, de indústrias, de autarquias, de motéis, de garotas de programa...Ops!, esse aí não é oficial, até porque elas se infiltram e fazem sucesso em quase todas as outras áreas. O que “as meninas” não sabem é que, se depender do administrador da cidade satélite de Taguatinga, essa permissividade está com os dias contados. Envolto com o avanço da prostituição na região que abriga mais de 245 mil habitantes, Benedito Domingos, evangélico, 73 anos, tem a solução para frear o "problema": quer criar o Setor de Diversões Norte, local onde "a sacanagem" será liberada com segurança. A Playboy bateu ponto em Brasília e foi conversar com o ex-deputado federal, ex-vice-governador do Distrito Federal e idealizador deste novo espaço democrático da capital federal.

O senhor tem enfrentado várias reclamações sobre o avanço da prostituição em Taguatinga. Já encontrou uma solução para essa situação?
Minha proposta é construir o Setor de Diversões Norte. Botar ali as boates, os clubes, uma praça para os namorados, um drive-in, os pequenos hotéis rotativos, posto de saúde, posto policial, enfim, o governo dar toda a assistência.

E as reclamações vêm de onde?
Vem das famílias, de quadras residenciais. É constrangedor. Mulher fica abraçando homem, sentando em banco, as vezes em situação assim...com a roupa muito escandalosa. Tem também o assédio. Passa homem e é assediado. Também ocupam as paradas de ônibus. Passa os carros e elas fazem sinal. A solução é encarar a realidade e criar um setor próprio de diversão. Quem quer se divertir vai para lá.

Já tem um projeto concreto para isso?
Nós temos uma idéia e levamos ao governador (José Roberto Arruda - DEM) que deu uma sinalização mais ou menos favorável. O governo faz a infra-estrutura, asfalta direitinho e as pessoas constroem. Primeiro temos que liberar os terrenos, que ficam a mais de três quilômetros do centro da cidade.

Dá para incluir a obra no Plano de Aceleração de Crescimento (PAC) do governo Lula?
Olha, eu não sei se dá, mas não é uma coisa tão difícil de ser feita não. Eu vou acelerar mais a nossa proposta. Porque aí (a prostituição e o lazer noturno) ficam fora do "arraial".

Colocando tudo no mesmo lugar fica mais fácil controlar?
É. E depois é um local próprio. Vai lá quem quer. Não é possível uma pessoa que não aceita certos tipos de comportamento, como a prostituição, ter que conviver com aquilo. E lá não, vai ter um ambiente, uma praça bem bonitinha, bem feita, iluminada. E outra parte ali mais “escurazinha”, um drive-in para a pessoa parar o carro, namorar, coisa e tal...

Para as “meninas” ficaria mais seguro?
Sem dúvida. Elas teriam muito mais liberdade de trabalhar. A pessoa que quer ter seus encontros vai saber que aquele local é mais livre para ela agir do que dentro da cidade.

Não corre o risco de chamarem de putódromo?
Não, não (rindo). Isso aí não vamos mudar não. É Setor de Diversões Norte. Ali vai ter muito divertimento, que não é só nesse sentido de bordel. Vai ter clube de dança, boate...lá o barulho pode correr.

A idéia então é encarar o problema de frente?
Tem que encarar, senão não adianta. Lá (na administração) chega abaixo-assinado, o "senhor tem que mandar ver". Mandar ver como? Não pode mandar prender ninguém. Até adultério hoje não é mais crime. Então acabou. As coisas estão mais liberais, mas não pode ser liberal no centro da cidade.

E o senhor tem o apoio das "meninas"?
Olha, eu não consultei as "meninas", nem vou. Se consultar elas fogem (risos). Mas vamos tocar a idéia. Você sabe que o ambiente chama. Isso é um chamariz. Você constrói uma grande boate e esse tipo de divertimento vai junto. É normal que vá, a pessoa procura.

Vai que as meninas até gostem e digam que o senhor é o "Benedito entre as mulheres"...
Não, não põe isso aí não (risos). Aqui tem cidade do automóvel, cidade das indústrias...Então vai ter uma cidade do divertimento.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Falando em China...

Tinha acabado de postar o textinho sobre os planos da China para as Olímpiadas, coisa amena, quando chega aqui na minha sala o Armando Costa Rocha, correspondente do jornal russo Pravda no Brasil. É um senhor de 78 anos, que já viajou o mundo todo, cobriu conflitos e guerras e editou alguns livros. De cara, me perguntou:

_ Tu sabes o que a China e a Rússia estão se preparando?

Balancei a cabeça e perguntei:

_ Se preparando para quê?

_ Para uma invasão do Ocidente.

Achei uma coisa meio absurda, mas ele completou:

_ Estive na Rússia ano passado e presenciei uma manobra militar conjunta dos dois países, na fronteira com os países da União Européia. Isso não saiu em nenhum país ocidental, mas aconteceu. É o pacto de Xangai. Um protege o outro e, por consequência, seus aliados.

E o Armando continua:

_ Funciona assim desde que os americanos invadiram o Iraque e o Afaguenistão: Vez por outra Rússia e China acionam seus aliados para fazer barulho. Uma hora é o Iran, na outra a Coréia do Norte e até o Chávez faz parte do esquema, é uma peça do tabuleiro. Os americanos ficam louquinhos, pois tentam segurar um e o outro grita.

Aí foi me falando do Exército da China, dos 100 milhões de homens, de como eles tomariam rapidinho a Europa Ocidental. Descreveu os atuais tanques russos, xingou o Bush e seu capitalismo sanguinário, chamou os países da União Européia de repúblicas de bananas. Para finalizar, disse que o Lula era um ex-agente da CIA e que só foi eleito com a ajuda do Bush. Caracterizou o petista da seguinte maneira:

_ Lula é o pior presidente que poderíamos ter, pois pobre quando vira rico não quer mais saber de miserável. Isso lembra o seu passado e, então, ele passa a ter ódio de pobre. Não é a toa que seu governo trabalha para os ricos e para os bancos.

Antes de sair da minha sala aqui no Congresso, Armando sacou da bolsa o livro "As verdades nunca ditas sobre Kosovo", de sua autoria.

Colocou na minha mão e me pediu para "socializar" 10 reais.

Maquiagem chinesa "made in Rio"

A China acaba de anunciar algumas medidas para as próximas Olímpiadas. Vão melhorar o sistema de transportes, criando mais dois ramais de metrô e baixar o preço das passagens. Além disso, pretendem retirar todos os mendigos da rua. Tem que tirá-los é da miséria!

Não sei não, mas parece que os chineses tiveram uma aulinha de maquiagem com o César Maia, prefeito do Rio, que na alta temporada faz uma "operação limpeza" em Copacabana e Ipanema. Pior fazia Carlos Lacerda, que dava mesmo era um "sumiço final" nos miseráveis, como me conta o amigo Arildo Salles Dória.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Terapia em dose dupla

A cidade de Formosa, em Goiás, oferece terapias para todos os gostos. Visitei pela primeira vez com meu amigo Lúcio Lambranho. Saímos de Brasília num dia de semana cedinho com a missão de encarar os 115 Km (tudo asfaltado) de Brasília até o salto de Itiquira. Após passar pelo centro de Formosa, sol a pino, a sede bateu. Paramos num posto para comprar água, mas logo mudamos de idéia. Na esquina, lá estava ele: o Terapia Bar. Pegamos umas latinhas e rumamos para a cachoeira. Coisa de mais meia hora. Itiquira tem a segunda queda d'água do Brasil. São 169 metros de curso de rio despencando nas encostas do Planalto Central. Terapia em dose dupla para dois jornalistas estressados de Brasília.

Lobão e osmose

O senador Edison Lobão (PMDB-MA), que se integra hoje ao ministério de Lula, assume que não entende muito de energia, área que agora lhe compete gerir. Mas diz que está estudando o assunto. O comentário aqui em Brasília é que todo dia, ao chegar em casa, ele coloca o dedo na tomada. Quer ficar sabido por osmose.

25 anos sem Mané

Lá se foram, neste domingo, 25 anos sem Garricha. Grande craque, capaz de fazer o Maracanã inteiro tremer com um simples movimento. "Mané" não tinha medo dos adversários. Os encarava de frente, buscava a melhor saída, "entortava" o "joão" a caminho do gol. E jogava bonito, sem violência. Um mestre na arte de fazer bonito sem golpes baixos e botinadas.

Com seu jeito simples, deixou lições que podem ser utilizadas em várias áreas do conhecimento humano. Não é a toa que, vez por outra, é citado no noticiário político. Isso porque não se entregava, entrava em campo para dar show e não se deixava abater sequer pelo jogo sujo dos adversários. Driblava e fazia o gol. Quando não, servia com perfeição o companheiro de equipe. E, ao contrário dos políticos, morreu pobre.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Relaxa e Goza

Amanhã, sábado, desfila em Brasília o bloco "Nós que nos amamos tanto". Vamos tomar umas e dar voltinhas, com salvo conduto, pela rótula da Polícia Federal. O bloco começou na brincadeira, no quadradinho do Ilimar Franco. A folia começa a partir das 15 horas e desce rendondo na 201 Sul de Brasília. O tema em questã é "Relaxa e goza", uma homenagem para a ministra Marta Suplicy.

Hoje eu chorei

Saudade de ganhar pouco e trabalhar muito. Pegar um carro e sair por aí atrás de matéria. De encontrar aquela pessoa que tu sabe que só vai ver uma vez na vida. Mas sentar na casa dela, tomar um suco de groselha, e ouvir, ouvir, ouvir... Saudades também de minha velha Olivetti, do tilintar das teclas, da redação esfumaçada e da euforia de ser foca.

No revirar de minhas pastas revivi HISTÓRIAS. Histórias de verdade, não esse faz de conta que vivo hoje. Tá bom, o que se faz aqui influi no país. Mas, na maior parte das vezes, é pra pior.

Cansei de usar gravata, só ando com ela no bolso. Quando a ocasião pede, coloco ela no peito como se fosse um crachá. Tá certo que os seguranças do Congresso são meus camaradas. Mas, afinal, o início de carreira como repórter policial tinha que servir pra alguma coisa.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Deixando Deus de lado

O dia 16 de fevereiro de 2002 estava mais quente do que o costumeiro em Palmas, no Tocantins. Numa cidade que bate os 40 graus facinho, mais quente só o caldeirão do capeta. Pois naquele dia ele desembarcou na capital tocantinense algemado e cercado por um batalhão de agentes da Polícia Federal. Jader Barbalho estava preso.

Aquela visão recompensava dois anos de trabalho intenso, me locomovendo entre o Pará e Tocantins, fuçando pilhas de papéis, relatórios, cruzando informações e alimentando minha insônia. Enfim, um político acusado de corrupção estava na cadeia. Na caso de Jader, pesava contra ele denúncia do Ministério Público Federal de seu envolvimento com um desvio de R$ 1,7 bilhão da extinta Sudam. Mais: era apontado como o chefe da quadrilha.

Jader já havia largado a presidência do Senado e renunciado o mandato de senador para não ser cassado. Mesmo assim mantinha a pose. Desembarcou do jatinho da PF carregando o livro "Tempos muito estranhos" para enconder as algemas.

Depois de dois anos, os jornalistas que cobriam o caso não respeitaram o "chiqueirinho" reservado para a imprensa. Pulamos todos no encalço do ex-senador. As perguntas começaram de leve.

_ Senador, o senhor é acusado de comandar o desvio de R$ 1,7 bilhão da Sudam. O que o senhor tem a dizer sobre isso?

Ele respondeu:

_ Acredito em Deus e ele vai provar que sou inocente.

Insistíamos:

_Mas senador, a polícia encontrou provas de desvio de dinheiro para o ranário de sua mulher...

Ele também:

_ Acredito em Deus e ele vai provar que sou inocente.

E apelávamos, com a PF querendo botar Jader no camburão.

_ Senador, mas várias pessoas já afirmaram em depoimento que o senhor levava 10% dos finnanciamentos da Sudam.

E o homem de novo:

_ Acredito em Deus e ele vai provar que sou inocente.

Foi aí que um repórter de uma TV local, que fazia um programa tipo Aqui Agora, perdeu a paciência.

_ Senador, deixando Deus de lado, o que nós queremos saber é se o senhor meteu ou não a mão nessa bolada.

Jader fechou a cara e preferiu entrar logo no camburão.

ps: Não resisti aos apelos dos colegas e acabei entrando na política. É bom ressaltar que, hoje, Jader é deputado federal, aliado de Lula, e articulador de peso dentro do PMDB. Foi o deputado mais votado do Pará, recebendo 311.526 votos.

Links

Galera, ainda não adicionei nínguém nos links, pois estou em fase de construção, me acostumando com esse ambiente. Nilva Bianco acaba de me lembrar. Valeu! Em breve estarão todos aqui

Agradecimentos

Não sou chegado nesse tipo de coisa, mas tenho que agradecer os amigos jornalistas Dauro Veras, Zédassilva, Yan Boechat, Renê Müller e Marques Casara pelo incentivo ao blog. Também segue meu valeu para Cristina Gallo, autora da foto que ilustra meu perfil, e companheira do grande camarada Lúcio Lambranho.

Mais blog na área

Meu impulso de debutar na blogosfera não é solitário. Mais uma raça resolveu se aventurar. Aproveito para dar o troco no Dauro Veras, que vez ou outra posta meus e-mails no espaço dele. "Chupei" o resumo, mas vou comentar. Taí:

Tra-la-lá é um blog sobre música tocado por Dorva Rezende, Fábio "Mutley" Bianchini e Renê Müller, jornalistas do Diário Catarinense. Os dois primeiros são meus amigos de longa data (no meu caso são os dois últimos). Renê, vou ter o prazer de conhecer melhor agora (esse alemão já é figurinha marcada de meu convívio). Eles entendem muito de música (isso é o Dauro que tá dizendo) e têm intimidade (que coisa mais caetano) com o idioma - Dorva é mestre em literatura e escreve sobre livros no jornal.

Mas falando sério, Daurito sabe das coisas.

É um pássaro, avião? Não, é Temporão

Seguia para o Congresso hoje, por volta das 9h20, quando um carro oficial passou a toda por mim. Coisa de uns 120 por hora na avenida L4, que tem limite de 80 Km/h. Curiosidade atiçada, fui ver quem era. Não era um pássaro nem um avião, mas sim o excelentíssimo ministro José Gomes Temporão. Ou tava com pressa para arrumar um imposto substituto para a CPMF ou fugia do mosquito da febre amarela, que vem a toda aqui na região. Resta saber se a notificação, a da multa e não a da febre amarela (que ele já tem aos montes em sua mesa), vai pousar em seu gabinete na Esplanada. Comigo, quando passo dos 80, ela vem ligeiro, mais ou menos aos 120 por hora do Temporão.

Gatinhas























Chega de marmanjo. Vamos agora com as gatinhas. Nestas fotos dazantiga aparecem, por ordem de postagem, Renata Rosa, Martinha Moritz (por onde anda?), Gisa Days, Kátia Klock. Essa última, só reconheço se ver de novo essa bunda. Só sei que era rainha da Barra da Lagoa e não queria dar pra guri pequeno, como eu...

Me perdoem pela qualidade, mas escaniei tudo de contatos. Os originais estão no curso de jornalismo da UFSC. Pra ti ver como era boa a aula de fotografia!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

É dos carecas

A história também reserva espaço aos cabelos. Essa é uma homenagem ao amigo André Gassen, antigo dono de madeixas de dar inveja. Hoje, a careca aprofunda. Essa foto, com André no meinho, é a prova viva de que é dos carecas que eles gostam mais. Ao lado da figura, o grande Dauro Veras (esquerda) e Yan Boechat (figurinha chapinha nos meus arquivos - vou passar a cortar ele no Photoshop).

Natan, um anjo

Sei que já estou rendendo homenagens demais, mas vou abrindo meus arquivos e não resisto. Essa é para minha amiga Natan, que nos deixou, mas nos deu muita alegria. Esse instantâneo foi tirado na frente da antiga creperia da Lagoa, numa das memoráveis festas a fantasia do jornalismo da UFSC. Nesse dia, e nos outros, Natan cumpriu o seu papel. Cuidou bem do bebê Bob e ainda teve que aturar o malaco do Yan, um César do Paraguai.

Um brinde ao Pedrão

Pedro Saraiva é um grande jornalista. Morreu precoce, mas está vivo entre nós. Tenho aqui nos meus arquivos essa foto que guardo com carinho. Foi feita, se não me engano, pelo Luiz Carlos Vieira, do Mais Antigo. Também pode ser dá lavra do Coquinha ou do Gilberto Gonçalvez. Mas vá lá. Minha memória não tem USB. Trata-se do brinde que fizemos ao Pedrão no dia de sua morte, lá no bar do Renatão. Pra quem não sabe onde é dou uma dica: fica em Floripa, ao lado do banco redondo.

Faz tempo

Nessa foto dos tempos jurássicos, ainda em flor, os jornalista (da esq. p/ dir.) Yan "Milonga" Boechat, Rogério "Magrão" Mosimann, Zédassilva (o formando), Fábio "Mutley" Bianchini e esse que escreve. Uma contribuição para a posteridade.

Besta binária

Em homenagem a Zédassilva, que afirma que dzavanizei, e ao Emerson "Tomate" Gasperim, que me xingou de Jorge Vercilo, publico esse devaneio de minha lavra.

Num clic, o Gabão.

No outro, a Palestina.

No meio do caminho as curvas da modelo,

a ponte francesa,

o arraial D´Ajuda.

Logo, logo chego às agências,

às inteligências,

às mazelas de uma mente fraca em querer fazer se entender.

São tantos blogs, logs, senhas...

Ô mania ferrenha essa que se vislumbra de uma tela fria.

Uma besta binária que embala o meu querer.

Pedro (Augusto) Botelho

Essa é uma lembrança diária para mim. Pedro, meu filho, protagonista de um dos maiores arroubos de minha vida. Adriane tinha acabado de parir. Ligo para o Celso Martins, o bigode, meu amigo jornalista de Floripa. Nessa época morava no Tocantins. Lembro que certa vez, na redação do Mais Antigo (jornal O Estado - de Florianópolis), Celso me chega com um livro empoeirado e todo amarelo. O dedo dele apontava para a página 147:

_ Olha aí, olha aí, um dos codinomes do capeta é Pedro Botelho!


Dei de ombros, já que pela fama (e os atos também) viviam me chamando de Diabotelho, e disse na lata dele:


_ Pois vou batizar meu filho, quando tiver, de Pedro Botelho.


Ele desafiou:


_ Duvido!


Pois com Pedro nos braços, ligo para o Celso:


_ E aí rapaz, meu filho nasceu e...


O cara me interrompe.


_ Seu maluco, não vais me dizer que tu botou o nome dele de Pedro Botelho!


_ Pois sim, tô com a certidão na mão. Só que a Adriane colocou Augusto no meio, nome de anjo para equilibrar. Também é uma homanegem ao avô dela.


Celso deu uma risada, soltou um ó lhó, lhó, e me deu os parabéns.


Hoje, seis anos e meio após o telefonema, Bigode deve estar botando pela primeira vez o bago dos olhos no guri. Garanto que vai dizer para a Adriane:


_ Eu avisei!!!


Pedro é uma pessoa muito especial, cheio de amor e de vida. Olhem só a cara dele na foto.

Abrindo as portas


Abro o boteco e a palavra numa homenagem a minha companheira Adriane, que a essa altura deve estar lá no Restinga, em Floripa, comemorando seu aniversário com os amigos da terrinha. Incentivadora de minha carreira, sempre junto nas roubadas e nos momentos de alegria. Confesso que não sou um romântico, mas só para pirraçar minha querida, inicio os trabalhos com essa homenagem.
Te amo linda. Feliz aniversário!