sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Nariz de palhaço

“Seria tão bom se o Poder Judiciário metesse o nariz apenas nas coisas dele, o Legislativo apenas nas coisas dele, e o Executivo nas coisas dele.”

Não falei. Hoje mesmo postei uma nota sobre o terceiro mandato e a tendência de Lula Molusco de se ver como um rei. Até brinquei que, dia desses, ele poderia propor a volta da monarquia. Pois a frase acima, dita pelo presidente em Aracaju, é um espelho disto.

Vamos lá: Se o Judiciário não se meter nas coisas dos outros vai fazer o quê? Sugiro aos brasileiros que passem a protocolocar pedidos de divórcio, de guarda de filhos, de indenização trabalhista no protocolo do Palácio do Planalto.

Pela visão de Lula, o Legislativo também não deve meter o nariz no que ele faz, como se uma das principais funções do Congresso não fosse justamente a de fiscalizar os atos do Executivo.

Oras, sendo assim, por quê o machão Lula não dissolve o Congresso, alegando "segurança e proteção da sociedade", e indica ele mesmo deputados e senadores, como faz com seus conselhos biônicos?

Pelo jeito, Lula quer que todos os brasileiros adotem o nariz de palhaço.

É brincadeira?

Enquanto oposição e governo brincam de faz-de-conta com a CPI dos Cartões Corporativos os gastos extravagantes continuam a todo vapor. Nesta semana a CGU voltou a realimentar o Portal da Transparência. Numa olhada rápida nos gastos da presidência (nos poucos que não estão sob sigilo) dá para ver que a dona Ariene Menezes, aquela que gastou R$ 40 na Feira do Paraguai de Brasília em uma loja que vende óculos de grife falsificados, continua passando o cartão em estabelecimentos, digamos assim, controversos.

No dia 10 de dezembro passado ela sacou da bolsa seu cartão corporativo para pagar uma conta de R$ 140,oo numa loja do Guará, cidade satélite de Brasília. Na fatura aparece que o crédito foi parar na conta da Maria de Fátima Gomes Marques-ME. O site da Secretaria da Fazenda do DF revela que o estabelecimento tem como atividade econômica "Comércio varejista de brinquedos e artigos recreativos".

É brincadeira?

De volta para o passado

Dizem que após ressuscitar os territórios Lula Molusco pretende reimplantar a monarquia no Brasil. Adivinhem quem será o bobo da corte?

E é bom ficar esperto. No Congresso, o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) garante que não vai desistir de sua emenda constitucional que dá ao presidente o direito de disputar um terceiro mandato.


Do outro lado da rua, no Supremo Tribunal Federal, o ministro Marco Aurélio Mello diz que a proposta é inconstitucional. "Morre no protocolo", sentencia o mais recente desafeto do Planalto.


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Que implantem o SIAP

No meio da crise dos cartões corporativos o presidente Lula tentou distorcer a situação dizendo que a descoberta de desvios de dinheiro por meio do dinheiro do plástico do governo só foi possível graças a transparência de seu governo. Citou como obra sua o Portal da Transparência, que registra os gastos do governo. Só esqueceu de dizer que apenas 30% deles estão lá.

Como o país já conta com o SIAFI (Sistema Integrado de Administração Financeira), e desse Lula não pode requisitar a paternidade, sugiro que o Planalto lance o SIAP (Sistema Integrado de Administração de Propina). Se roubar dinheiro público virou coisa banal e o PT "faz o que todo mundo já fez", então que dêem transparência a isso.

Não precisa nem de concurso público para gerenciar o sistema. É só contratar os 40 do mensalão sob o argumento de "notório saber".

Ex-caseiro, Nildo agora vive de bicos

Não costumo postar matérias inteiras de jornais, mas essa do Estadão de hoje, com o caseiro Francenildo, serve para mostrar o que acontece com um cidadão decente que resolve denunciar os demandos de poderosos de Brasília. Palocci, apesar de perder o ministério, está numa boa circulando pelo Congresso e, como deputado federal, é cogitado até para relatar a reforma política. O caseiro está desempregado e vive de bicos. Pelo menos o Ministério Público denunciou Palocci pela quebra do sigilo. No entanto, até o Supremo julgar o caso é capaz do crime prescrever. A única semelhança entre eles é que os dois perderam mulheres. Nildo, por causa do inferno que a denúncia provocou em sua vida, e Palocci, devido a trairagem de um companheiro de partido. Mas como o ex-ministro vive da política já está acostumado com o "fogo amigo".

'Meu sonho é ter um emprego com carteira assinada'

Ana Paula Scinocca, BRASÍLIA

Quase dois anos depois de ter sido o pivô da queda do então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, o caseiro Francenildo Santos Costa diz não ter “arrependimento algum” de ter revelado o escândalo envolvendo o ex-homem forte do governo Lula.

Em março de 2006, Nildo, como é chamado, revelou ao Estado que Palocci freqüentava uma casa em Brasília onde era feita partilha de dinheiro entre amigos do ministro. “O único arrependimento que eu tenho na vida é o de não ter seguido o conselho da minha mãe de ir estudar”, disse ontem, depois de saber que o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, denunciou Palocci, agora deputado federal pelo PT, pela quebra de sigilo funcional do caseiro. “Estou correndo atrás do prejuízo”, afirmou. Nildo faz supletivo e cursa a 6ª série do ensino fundamental.

Nildo não é mais caseiro no Lago Sul. Vive de bicos, como o de jardineiro. “Meu sonho é ter um emprego bom com carteira assinada.” E está fazendo o que pode para isso. “Já voltei a estudar e consegui limpar meu nome (junto ao Serviço de Proteção ao Crédito).” Ele sonha em abrir nova conta bancária. “Mas desta vez vai ser em outro banco”, comenta, lamentando a quebra de seu sigilo em conta da Caixa Econômica Federal.

Aos 25 anos, Nildo carrega as seqüelas do episódio, que causaram a separação da mãe de seu filho de 8 anos e o distanciamento, ainda maior, do pai, Eurípedes Soares da Silva. À época em que o escândalo veio à tona, ele se afastou ainda mais do pai, que estava perto de reconhecê-lo como filho.

“A história toda só me afastou dele”, afirmou em entrevista ao Estado no final da tarde de ontem. “Minha mulher foi embora porque teve medo de perseguição. Preferia ter aparecido morto com um tiro na cabeça do que ter tido meu sigilo revelado. Me senti violentado.”

Mais maduro, reconhece que aprendeu muito com tudo. “Principalmente a ficar longe de político. Foi a primeira e última vez que trabalhei para político. A gente presencia muita coisa que não gostaria.” Apesar disso, não descarta, quem sabe um dia, “daqui a 10 anos”, se candidatar a algum cargo.

Nildo conta que o período mais difícil foi quando passou a ser motivo de “piada” na rua. “Todo mundo me chamava de Palocci.” Seu sofrimento o fez pensar até em suicídio. Diz que não deseja “cadeia” para o ex-ministro, “até porque sabe que ele não vai pegar mesmo”. “Espero alguma justiça.” Sobre a indenização que pode vir a conseguir, não faz planos. “Sabe Deus quando poderá sair.”

Ministro Lupo

O ministro da Trabalho, Carlos Lupi, bem que poderia trocar de sobrenome. Coisa simples: de Lupi passaria a Lupo. Afinal é de conhecimento público que ele assumiu a pasta com o único objetivo de fazer o "pé-de-meia", o seu e o dos companheiros de partido.

De um total de R$ 158 milhões em convênios assinados pelo Ministério do Trabalho no final de 2007, cerca de R$ 90 milhões foram destinados a 16 entidades cujos dirigentes são filiados ou parentes de filiados ao PDT, partido do qual Lupi é presidente.

Vai faltar meia para embalar toda essa grana.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Figueira campeão!



Mais uma vez o Furacão do Estreito leva o primeiro turno do campeonato catarinense, deixando os felinos (Avaí-Leão e Criciúma-Tigre) choramingando na barra da saia da vovó. Com a vitória de 4 a 2 contra o Atlético, de Ibirama, o Figueira garantiu vaga na Copa do Brasil de 2009 e já está confirmado na final do Catarinão de futebol. Único time do estado na primeira divisão do campeonato brasileiro, o Figueira segue sua performance de "pau em bater em doido". Aos avaianos e criciumenses resta passar gelol no lombo.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

O dilema da oposição e o acerto de Lula

Até agora tudo corre bem no plano de Lula. Fez um pacto com as elites, em especial com o sistema financeiro, e continua enchendo as burras deles. Cumpriu a promessa de melhorar a vida dos pobres, mesmo que por meio das bolsas. Resultado: está bem com o topo da pirâmide, que o financia, e com a base, o povão que lhe dá os votos. De largada tem nas mãos praticamente a metade do eleitorado. Outra parte, com ajuda dos banqueiros, ainda consegue beliscar com farta campanha publicitária, distribuição de cargos e alguns agradinhos como isenções tributárias, abatimento de dívidas e por aí vai. Resultado: a oposição só ficou com a classe média, que na prática é quem financia essa zorra toda.

Sorte da oposição é que Lula ainda não conseguiu fazer decolar um nome para a sucessão. Com Dilma, Tarso, Jaques Wagner e Marta tá difícil. Resta Ciro Gomes como curinga. Só que duvido que o PT, e em especial Lula, vai embarcar nessa canoa. Ciro é velho conhecido por suas trairagens. Se abancando no poder vai chutar o pau da barraca. Mas Lula ainda tem tempo para "fabricar" um candidato.

Bom, mas quem quiser tomar o poder vai ter ultrapassar a barreira da classe média. A questão é prática e, infelizmente, boa intenção não basta. Discurso contra corrupção também não. Perguntar não ofende: Qual é o projeto da oposição para o Brasil?

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

TV Bra$il

Durante todo o ano de 2007, segundo o Portal da Transparência, a Radiobras gastou apenas R$ 22.785,00 com o cartão corporativo. E tudo em saques feitos por sete funcionários. Valor irrisório quando se fala em jornalismo que, vez em sempre, coloca repórteres em roubadas durante as coberturas.

Seria bom dar uma olhada se a TV Brasil, um dos braços da nova Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), que substituiu a Radiobras, está seguindo essa linha de gastar pouco.

Notícias dos bastidores do jornalismo dão conta que a situação é inversa. Dizem que a farra rolou solta durante o canarval, com direito a hospedagem nos melhores hotéis das capitais brasileiras. Tudo isso para inaugurar a linha Cultural da emissora. Estamos de olho.

Faça o seu cartão corporativo

Agora todo brasileiro pode ter seu cartão corporativo. Fiquei sabendo disso no Blog Coluna Extra, do amigo Alexandre Gonçalves, que por sua vez pescou a história no blog Querido Leitor. Resumindo é o seguinte: A página http://www.cartaocorporativo.com/ emite na hora seu cartão preferencial. Se não dá para gastar pelo menos vamos sacanear.

No blogblogs

O Botelheco está se cadastrando no blogblogs. Por isso, essa punhetação neste post. A burrocracia chegou até o mundo virtual. Fazer o quê, né? Taí a propaganda dos caras. BlogBlogs.Com.Br

Um abuso abominável

Um absurdo, verdadeira excrescência, essa liberalidade com a propaganda de cerveja. Em quase todo intervalo comercial lá estão aquelas gostosas se insinuando com um copo de gelada na mão, peitões a mostra e gotinhas escorregando pelas costas rumo àquela bundinha maravilhosa. Onde já se viu permitir esse tipo de comercial entre 6 e 21 horas. Apóio completamente essa campanha que visa acabar com a propaganda de bebidas ininebriantes nesse horário. Comercial de manguaça só depois das 9 da noite! Afinal, é uma puta sacanagem: o cara tá lá trabalhando, com a garganta seca e o chefe enchendo o saco. Aí vem aquela propaganda da gelada justamente numa hora que ele não pode dar um pulinho rápido no boteco. Isso é tortura, atenta contra os direitos humanos!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Desconhecimento ou jogo de cena?

As dezenas de parlamentares que sobem a tribuna da Câmara e do Senado para reclamar do sigilo nos gastos da Presidência da República precisam se informar melhor antes de falar besteira. Eles reclamam que o governo não divulga os critérios que adota para definir o que é ou não sigiloso. Cobram, de boca, uma satisfação do governo. Na verdade, eles tem prerrogativa para exigir isso na prática. Ou desconhecem a lei ou fazem jogo de cena.

Está lá, na lei que criou a Abin (9883/1999), que é competência do Congresso Nacional fiscalizar os atos da Agência e, entre eles, está essa função de decidir o que é ou não assunto secreto, sigiloso e de Segurança Nacional.

Diz a lei:

Art. 6º O controle e fiscalização externos da atividade de inteligência serão exercidos pelo Poder Legislativo na forma a ser estabelecida em ato do Congresso Nacional.

§ 1º Integrarão o órgão de controle externo da atividade de inteligência os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, assim como os Presidentes das Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

§ 2º O ato a que se refere o caput deste artigo definirá o funcionamento do órgão de controle e a forma de desenvolvimento dos seus trabalhos com vistas ao controle e fiscalização dos atos decorrentes da execução da Política Nacional de Inteligência.


Portanto, cabe ao Congresso chamar os responsáveis pela decretação do sigilo e cobrar deles os critérios e as explicações detalhadas. Não adianta ficar choramingando na tribuna e posando de defensores da transparência. É preciso agir! De discursos, nobres excelências, já estamos cheios.

Se vocês não sabem, aí vai mais uma ajudinha: Quem decreta o sigilo de gastos e documentos é a Comissão de Averiguação e Análise de Informação Sigilosa, subordinada a Casa Civil. Ela foi criada a partir do decreto 5.301 de 2004 e da lei 1.111 de maio de 2005.

Então, digníssimos parlamentares, reativem a comissão e tratem de chamar Dona Dilma e os homens da Abin para se explicarem no Congresso.

Aos doidos por holofotes vai um aviso: Não adianta brigar por vaguinha nessa comissão. Ela é formada pelos líderes da oposição e do governo e pelos presidentes da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara e do Senado.

E agora? Vão chamar ou lá vem mais discurso?

Toca Raul


Genial essa charge do camarada Frank publicada no jornal A Notícia de hoje. Vou aproveitar para pedir a seguinte a música:


Trem das 7

( Raul Seixas )


Oi, oi o trem, vem surgindo de trás das montanhas azuis, olhe o trem

Oi, já é vem

Vem trazendo de longe as cinzas do velho Aeon

Oi, já é vem, fumegando, apitando, chamando os que sabem do trem

Oi, oi o trem, não precisa passagem nem mesmo bagagem no trem

Quem vai chorar ?

Quem vai sorrir?

Quem vai ficar?

Quem vai partir?

Pois o trem está chegando

Tá chegando na estação

É o trem das 7 horas

É o último do sertão

Oi, oi o céu

Já não é o mesmo céu que você conheceu não é mais

Vê, oi que céu

É um céu carregado, rajado e suspenso no ar

Oi, é o sinal das trombetas, dos anjos e dos guardiões

Oi, lá vem Deus

Deslizando no céu entre brumas de mil megatons

Oi, oi o mal

Vem de braços e abraços com o bem

Num romance astral ....

Amém.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Big Brother telefônico II

Ontem postei uma nota sobre o Lili.com, site de busca de telefones de todo o Brasil. Meu amigo Emerson Gasperin, o Tomate, alerta para a história cabulosa dessa página. Saiba mais.

Fidel é garantido e as cubanas caprichosas

Conheci Fidel Castro no dia 01 de janeiro de 2003. Dentro do Palácio, centenas de autoridades enfiadas em seus ternos de gala. O comandante destoava dos chefes de estado, ostentando a velha farda de guerrilheiro. Nas ruas, enfrentando um sol escaldantes, quase um milhão de pessoas se aglomerava.

Eu não estava em Havana e muito menos avistava a Sierra Maestra. Mas o ambiente lembrava, mesmo que de raspão, algo do comunismo. Me acotevelava com dezenas de jornalistas num "chiqueirinho" montado para a imprensa no salão verde do Congresso Nacional, obra do comunista Oscar Niemeyer, amigo pessoal do comandante. Era posse de Lula, a chance da esquerda no Poder no maior país da América Latina. E o companheiro Fidel, é claro, não deixaria de comparecer.

Após a discurso de posse no Congresso Nacional, um Lula sorridente e eufórico desliza pelo tapete vermelho, de braços com Marisa Letícia, rumo ao Palácio do Planalto. Em seguida, a comitiva dos chefes de estado. Lá vem Menen, Hugo Chavez e, mais afastado, Fidel Castro.

Confesso que a passagem de Fidel, independente de minha concordância ou não com o regime ditatorial imposto por ele na Ilha de Cuba, incentivou meu lado subversivo.

Foi o que fiz. Levantei a fita do cercadinho da imprensa por cima da cabeça e me adiantei ao meio do tapete vermelho já pronto para levar uns safanões da segurança. Ladino, como só um manezinho da ilha pode ser, calculei a manobra milimetricamente. Ao irromper no tapete fiquei postado a um metro do líder cubano. Fui logo saudando:

_ Comandante!

Fidel foi com minha cara. Colocou a mão em meu ombro, o que afastou de imediato a meia dúzia de seguranças, me olhou nos olhos e perguntou:

_ Qué quieres, compañero?

Somente neste momento é que fui pensar o que lhe perguntaria. Na verdade, não havia pensado nisto antes. O pulo do cercadinho foi algo instintivo. O fato é que, nesse exato momento me deu um branco, daqueles que põe no chão a auto-estima de qualquer jornalista.

Mas foi justamente o chão que me salvou. Baixei a cabeça para sacar uma pergunta e percebi que Fidel não usava o velho coturno. Calçava um tenis preto, que parecia bem confortável. Foram cinco segundos, no máximo, até que eu levantasse e cabeça e dirigisse a Fidel um questionamento que, se feito em Havana, me traria sérios problemas.

_ Comandante, este seu tênis é Nike?

Fidel riu, colocou novamente a mão sobre meu ombro e iniciou novamente a caminhada, convidando-me para acompanhá-lo. Começou a falar do tênis, que era feito em Havana por um grupo de senhoras muito competentes, numa produção quase que artesanal. Aí emendou dizendo que a peça era um exemplo da resistência de Cuba ao embargo comercial norte-americano.

Nessa altura, o comandante já estava cercado de jornalistas que, obviamente, não deixariam de aproveitar a brecha aberta por Fidel. E, pacientemente, ele foi respondendo as perguntas, falou da importância da posse de Lula para a esquerda mundial, do que esperava do governo dele, malhou o pau nos Estados Unidos, elogiou Hugo Chavez...

Na porta de saída do Congresso os seguranças acabaram com a revolução da pena. Fidel seguiu rumo ao Planalto cercado pelos seguranças e pisando firme no tapete vermelho com o melhor tênis do mundo. Afinal, momentos antes, ao me responder sobre a qualidade do tênis, disse:

_ La garantía soy yo!

Não discuti, é claro.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Big Brother telefônico

Pesquisar telefones em listas é coisa do passado. O site Lili.com é um verdadeiro delator de telefones que não constam na lista. Em meu teste inicial só consegui telefones fixos. Mesmo assim o resultado é impresionante. Tu digita o nome da criatura e o estado e recebe telefone fixo e endereço da figura. Em poucos minutos encontrei e anotei em minha agenda o telefone e local da residência de Antônio Palocci, Joaquim Roriz, Roberto Irineu Marinho (dono da plim, plim!), Mônica Velloso (a ex-amante do Renan), Carla Perez, Luciano Huck, Fernando Henrique Cardoso, entre outros. O do Lula é que tá difícil de achar. Acho que a Abin já mandou "trancar" a busca.

Para jornalista é um adianto. Por outro lado, na mão de sequestrador esse site é um instrumento pra lá de perigoso.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Que beleza de desempenho

Nos últimos dias recebemos algumas notícias sobre desempenho:

1 - Recorde do lucro dos bancos
2 - Disparada nos gastos do cartão corporativo
3 - Aumento do desmatamento Na Amazônia e...
4 - Aumento na avaliação positiva do presidente Lula e de seu governo.

Com tudo isso, não dá concluir de outra maneira: EITA POVINHO BUNDA!

Falando nisso, cadê os sempre aguerridos estudantes da UNE para fazer um fuzuê na Universidade de Brasília e exigir a queda do reitor da lixeira de 990 paus e do saca-rolha de 800?

São outros bundões que se venderam por "esmolinhas" do governo, aquelas que dão até para pagar "festinha" de aniversário da entidade na Churrascaria Porcão.

Com tanto BUNDÃO, fica difícil esse país sair da MERDA.

Padaria dos seguranças da Lurian na Istoé

Como o Botelheco antecipou, a Istoé traz, na edição desta semana, a historinha da padaria predileta dos seguranças da Lurian, a filha do Lula Molusco que mora em Floripa. Pelas contas da revista, o que os seguranças gastaram em três dias com o cartão corporativo dava para comprar 2.700 pãezinhos.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

A reunião secreta dos cartões

Tá bom que não dá para comparar Lula com Hitler, mas como humor essa paródia sobra a farra dos cartões é muito engraçada.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Sem limite

Dois deputados governistas conversando nesta quarta-feira no fumódromo do plenário da Câmara.

_ Esse cartão corporativo não tem limite não?

_ Limite tem, o que não tem limite é a cara-de-pau.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Escravidão: De onde menos se espera...

...é daí mesmo que vem. Pois o bravo jornalista Lúcio Lambranho divulga nesta terça-feira uma história fantástica no site Congresso em Foco. O pai de Ayrton Senna é acusado de manter mais de 80 trabalhadores em regime de trabalho escravo numa fazenda do oeste da Bahia. Clique aqui para ler.

Agradecimento ao revisor anônimo

Escrever na madruga, já meio zureta, faz passar alguns erros de português nos textos que escrevo. "ilário" sem h é um dos exemplos. Sorte que conto com a ajuda de um revisor anônimo, que faz as correções no espaço dos comentários. Tô até pensando em pagar o serviço do camarada com o cartão corporativo do blog, que tá com o limite estourado. O anônimo também está convidado a me enviar artigos para publicação no blog. É só mandar pelo diobotelho@gmail.com. Mas aí, vai ter que sair do armário.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Para não dizer que não falei de flores

Acabaram de reformar o corredor de acesso ao plenário da Câmara. Trocaram o piso branco por um mármore preto e bem brilhoso. Com a luz batendo direto virou um espelhão. O lugar já se transformou em ponto de encontro da marmanjada de olho nas gatinhas de saia. E, isso eu digo de cadeira: o que não falta no Congresso é "suprimento de fundos". Tem cada baita.

Ficaram curiosos? Queriam uma fotinho? Vão ficar na vontade que isso aqui não é Playboy. Além disso, ficaria muito feio eu apanhar da mulherada em pleno Planalto Central.

Todo mundo pode fuçar

Fuçar os gastos do cartão corporativo e checar como é gasto nosso dinheiro público dá um trabalho danado. Se cada um fizer sua parte fica mais fácil pegar as falcatruas. É claro que muita coisa, em especial os saques, é pura caixa-preta. Mas devagrinho se chega lá. Se cada um pesquisar os gastos de seu estado fica bem mais fácil. A familiaridade com os nomes de empresas facilita bastante na busca. Como existem orgãos federais em todo o pais e, consequentemente, cartões na mão de servidores de norte a sul, um mutirão seria boa idéia. Quem quiser checar por conta própria pode aproveitar essas dicas:

1 - O ponto inicial é o Portal da Transparência. Chegando lá clique em Aplicações diretas. Depois marque a opção Cartões de Pagamento do Governo Federal e escolha o Exercício a ser consultado, que nada mais é do que no um jeito de besta de informar o ano que você deseja fuçar. Feito isso é só clicar em Efetuar Consultas.

2 - Aí se abre uma tela com os órgãos possíveis de consultar (há duas páginas opções). Escolha um. Dentro de um ministério existem diversas subdivições. No ministério do Trabalho, por exemplo, há as Delegacias Regionais de cada estado. Lá é que você vai encontrar os nomes e o montante que o usuário do cartão gastou no período.

3 - Estando nesse ponto é só clicar no nome do servidor e conferir seus gastos. Muitos fazem quase que somentes saques. Outros compram direto no cartão. Nessa modalidade dá para conferir o tipo de empresa onde foi efetuada a compra e deduzir do que se trata. Se a compra for feita no seu estado ou cidade fica bem mais fácil triar.

4 - Mas há várias compras onde aparece o nome jurídico da empresa, sem a identificação do ramo de atividade. A maioria é micro empresa. Nesse caso o site do Sintegra, que reúne as secretarias da Fazenda de todos os estados, ajuda muita. Lá é possível escolher o estado de pesquisa e procurar a empresa através do CNPJ que é informado no Portal da Transparência, ao lado do nome da empresa em que o funcionário fez a compra. O legal disso é que a consulta traz, além do ramo de atividade da empresa, o endereço e muitas vezes até o telefone. Quem for encarnado pode até dar um pulo na dita loja para ver se existe mesmo!

Agora mesmo estou encucado com uma compra de um servidor do Ministério da Agricultura em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. A empresa consta na Receita Estadual como "não habilitada". Além disso, seu nome não consta na lista telefônica e o endereço informado é ocupado por outro tipo de comércio, além de apartamentos. Se eu estivesse lá por perto com certeza daria uma checada. Tá com a maior cara de nota fria ou, o que seria hilário, um puteiro. O cara gastou R$ 28 (que parece coisa de boteco) no estabelecimento, depois 200 paus, em seguida 400 e, pra fechar o dia, mais "duzentinhos". Sei não?

Não custa lembrar que trabalhamos quatro meses do ano exclusivamente para pagar impostos. O meu quinhão não vão surrupiar mais tão fácil. Tô de olho!

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Na trilha da Lurian

A superintendencia do Inmetro gastou R$ 2.145 em 20 de dezembro de 2007 na mesma loja do Camelão, em São José (cidade co-irmã de Floripa), onde um segurança da Lurian, filha do Lula Molusco, gastou 40 pila com "besteirinhas". Agora, veja só: o Inmetro compra produtos numa loja que é abastecida por bujigangas do Paraguai. A ação de governo é descrita como "controle metrológico".

A informação é quente e do sem suspeitas amigo Alemão.

Não é culpa dele

O servidor (portanto meu e seu empregado!) Volnei Dalbosco, da Delegacia da Receita Federal de Florianópolis, gastou R$ 30.400,24 no cartão corporativo do governo Lula em 2007. Quase tudo em saques na boca do caixa. Tenho certeza que, por ser da Receita, tem as notas de tudo.

É tudo transparente, está no "Portal da Transparência" da CGU. Mas dá uma curiosidade de ver essas notas, não dá? Não é culpa do Dalbosco. Ele gastou e prestou contas. Mas, pela "transparência", eu queria saber no que ele gastou.

Seguranças da filha de Lula usaram cartão em camelódromo de SC

Gastos foram feitos em lojas de material esportivo (foto), informática e acessórios femininos. Vendedores afirmam que Lurian Cordeiro Lula da Silva, filha do presidente, participou das compras. Leia. Matéria é do amigo Lúcio Lambranho, do Congresso em Foco. Taí o que o Botelheco antecipou em primeira mão.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Milagre da multiplicação dos pães!

A padaria do seu Clodoir João da Silva Jacó Mossi fica na rua Desembargador Pedro Silva, 2242, lá pelas bandas de Coqueiros, em Florianópolis, e é conhecida como Panificadora e Confeitaria Praia do Meio. A beira-mar, vento fresco e pão quentinho (olha no foto o visual da saída da padaria). Realmente deve ser sucesso de público. Não é a toa que os seguranças da Lurian, filha de Lula Molusco, adoram o estabelecimento. Somente no ano de 2007 gastaram R$ 842,77 no comércio. Ok, normal, isso dá uma média de R$ 2,31 por dia, coisa de quatro pães.

Só que esse valor foi gasto em apenas três dias. No dia 29 de maio de 2007 o segurança João Roberto Fernandes Júnior torrou (ops, sem ofender o dono da padaria) R$ 166,02 no estabelecimento. Ou tava de larica gigantesca ou, é de se deduzir, rolava uma festinha/"recepção" oficial na sede do escritório da Abin em Floripa.

O que importa é que o rango foi um sucesso. Tanto que, em menos de um mês, isso já no dia 12 de junho de 2007, João liberou o cartão. Foram R$ 574,75 de guloseimas. Penso eu nas pastas, queijos, copas... Tudo isso ali, adquirido com dinheiro público, bem do ladinho da Covanca e do Morro da Caixa engalfinhados por um pirão com lingüiça.

A cereja de 2007 veio no dia 13 de dezembro. De novo estava o segurança João na padaria de "seu" Clodoir. Lá se foram mais R$ 102,00 no cartão corporativo.

Pensei em ligar pro general Felix pra checar as informações. Mas pensei, pensei.., e cheguei a seguinte conclusão: Vou procurar porra nenhuma. O quê um cidadão que tem a missão de esconder pode me revelar?

Mas se ele não revela eu tenho o direito de mostrar. Afinal, o "Leão" e Palocci/Mantega cavucam minhas contas há anos e eu não reclamo.

Se alguém reclamar é porque tem culpa no cartório!

Cartão de Notícias

Descobriram pagamento de motel no cartão corporativo do governo de Lula Molusco. Putaria rolou no Mato Grosso. Jornalistada aqui de Brasília tá correndo atrás da história.

Seguranças da Lurian torraram uma grana no Camelão, uma feira do Paraguai que funciona no bairro de Campinas, em São José, município vizinho de Florianópolis.

Lurian e R$ 158 mil em quatro anos

Fui dar uma fuçada nos gastos dos seguranças de Lurian Cordeiro Lula da Silva, filha de nosso presidente molusco. Estão disponíveis, no "Portal da Transparência", os dados de 2004 para cá. Nesse período os três seguranças que tinham "licença para gastar" torraram R$ 158.795,38 com o cartão corporativo que fica a disposição deles e da moça. Interessante é que, mesmo com a troca de seguranças, vários tipos de gastos se repetem. A Milium, a Cassol e outos lojas de ferragens, iluminação e material de construção são figurinhas anuais e retentoras de boa monta. Mas que esquisito! Será que os seguranças estão fazendo bico de pedreiros?

Outro lance nebuloso é o gasto com manutenção de veículos e compra de peças. Tem na Badu, na Philippi Automóveis e outras mais. Acho até que seria mais barato trocar essas "fubicas" dos seguranças por carros zero. Vai quebrar assim lá no Raly dos Sertões.

Mas já tá tarde. Depois detalho os números. Quem sabe hoje ainda dá tempo pra eles gastarem mais um bucadinho.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Que cartão que nada, manda a conta pro Meirelles!

Não é só usando os cartões corporativos de Lula Molusco que fazem farra com o nosso dinheiro. Experimente enfiar seu cartão do Banco do Brasil num desses auto-atendimentos e pedir um extrato. Vai ver que agora eles decidiram por você quantos saques são permitidos mensalmente. Dependendo de sua conta são 5, 10 ou no máximo 20. Mais do que o limite te arrancam R$ 1,20 por saque. Ou seja, o dinheiro é teu e as criaturas decidem quando e como podes retirar. E os cínicos argumentam que é para nossa própria segurança, que hoje todo lugar tem maquininha de débito e por aí vai. São é uns filhos da puta. Agora, que não lucram no mercado financeiro com a retenção da CPMF antes de repassar para o governo, tinham que arumar outro jeito. Te taxam por saque excessivo e te obrigam a usar mais o débito, beliscando grana dos comerciantes, de quem também extorquem taxas.

E o presidente do Banco Central, "seu" Henrique Meirelles, com aquela cara deslavada de tia velha, finge que não sabe de nada. Tem banco brasileiro lucrando mais de 50% em um ano, coisa inédita no sistema solar. Tá mais do que na hora de darmos um cartão, bem vermelho, para essa canalhada. Se esperar pelo governo, nadica de nada. Esse ano tem eleição, é preciso financiamento e os bancos camaradas...né companheiros?

Maquininhas no Congresso

Garanto pra vocês que na próxima semana os valentes parlamentares que assinaram a CPI dos Cartões vão desembarcar em Brasília com um carregamento de maquininhas portáteis da Visa. Aí é só o governo passar o dinheirinho de plástico nas leitoras que "bau, bau" investigação.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Extra, extra

Descobriram para que os seguranças da Luriam, filha do Lula, torraram mais de 50 paus em lojas de ferragens e materiais de construção. O gasto secreto com cartão corporativo foi aplicado na construção de jaulas de segurança máxima para proteger um tigre e um leão da ilha que, soltos, andavam levando figueiradas no lombo. Como bom molusco, Lula mandou proteger seus companheiros do reino animal.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

A turma de 97/2

A turma de 97/2 do jornalismo da UFSC traz algo inédito e improvável de acontecer na história da humanidade. Dois Diógenes se formando juntos. E pior, os dois passaram no mesmo vestibular, em 92, e foram capazes de atrasar o curso na igualitária proporção. Sob as benções de um falecido ministro da Comunicação, nos formamos. Olha a foto dos dois malas aí.

E a turma era algo a parte. Nosso convite de formatura era um álbum de figurinhas, bolado pelo Zédassilva. O nome, Turmalima, que as "piruétes" acharam lindo por se tratar de uma pedra preciosa, na verdade era um tracadilho infame. Manezinho que é manezinho sabe que turma é turma e malina é coisa ruim, sacana, mas "ixperta". Relembrando essa história, convoco os camaradas a dar notícias destas figuras (aí nas fotos) expostas.






Sampa Trips

Era 1994, acho eu, quando rumamos para São Paulo num ônibus pau velho da UFSC. Adi Vieira, professor do curso de jornalismo que costumava se gabar por andar pelado em casa, ministrava a cadeira de estética. A viagem consistia numa experiência "em campo" no mundo das artes, das interpretações e, é claro, da maluquice.

Por isso, nada melhor que a Bienal de São Paulo. Foi lá que conheci, por exemplo, Jorge Gerdau (outra hora conto os detalhes). Sei que trabalhava, na época, no jornal O Estado. Era repórter de polícia, mas acabaram me liberando com a missão de fazer um caderno inteiro de cultura para nosso periódico "mais antigo".

Revirando meus papéis encontrei uma das melhores artes que vi naquela edição. Não estava exposta nos corredores do Anhembi. Mas fez sucesso nas paredes do Asilo Arkam, albergue da juventude (no Bela Vista) que hospedou uma série de malucos, ainda estudantes, da imprensa catarinense. A obra é de autoria do grande companheiro Ulysses Dutra Neto e é cópia fiel de episódios protagonizados por certa figura naqueles dias em Sampa. As reproduções vão em "dois toques", pois sou "nó cego" no photoshop e não consegui juntar.