sábado, 31 de janeiro de 2009

Meu bambolê


Conheci a Megui no dia 27 de janeiro de 1990 no 1° de Junho. Um junino clube de São José, cidade grudadinha em Floripa, que atraia a galera do Estreito pela sua vocação em produzir beldades.

Logo na entrada um monte de cavalas. Subsídios que rendem até hoje.

Eu, magricelo, 17 anos, e bem folgadinho, sabia que não tinha chances. Meu lance era arrasar na pista de dança, botando medo nos grandões pelo meu estilo “vai encarar”.

Me fudi. Entro na área e tá lá uma magricelinha, com os olhos negros e pestanas compridas como a minha, botando um monte de marmanjo pra correr no “punk rol”.

Era a Megui.

Eu até tentei chegar junto, mas ela nunca me deu bola.

Dois anos mais tarde, fora as domingueiras no 1° de Junho, nos encontramos no curso de jornalismo da UFSC. Dois malucos a mais na faculdade.

Nossa convivência lá foi rasteira. A não ser uma noite na casa da criatura quando conquistei o prêmio de melhor limpador de banheiro do mundo. Isso vocês podem ter certeza!

De 1998 pra cá, encontrei a Megui várias vezes, todas em 2007. Eu e ela de férias em Floripa. Eu e ela doidos pra curtir. Eu e ela “punk rol”. Era chamar e a praia tava feita. Como sempre, nada de dar bola pra mim (as desculpas foram mudando ao longo dos anos).

Dois pilhados.

Aliás, essa é uma coisa em comum entre nós dois: “Topo qualquer coisa”. Motivo para as centenas de roubadas que nos metemos vida adentro.

Atualmente, vejo o bambolê da Megui só pela rede. Mas “agarantio”!

E pra não perder o costume, faço um pedido: Vem logo pra cá pra dar mais uma reboladinha pra mim, nesse teu bambolê, sua tímida.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Infame

No caso Sudam, me laçaram para correspondente da CBN.

Entro ao vivo e o âncora Adalberto Piotto me chama.

_ Bom Dia Botelho.

No que respondo:

_ Bom dia Piotto, mas bom dia não deve estar tendo o ex-senador Jader Barbalho, que acaba de desembarcar aqui em Palmas algemadooooooooooooo!!!!!!!!!!!

São momentos que valem muito mais do que o salário.

Viadinho, viadinho!!!!

Acho que esse robô aí de baixo camufla.

Seis x Seis

Não sou nem um pouquinho chegado nesse negócio de listinha. Corrente então, nem pensar. Mas como fui intimado pelas lindas e competentes colegas (aí peço licença aos maridões) Juli Pereira e Aline Cabral Vaz não tenho como resistir. Pediram, então vai lá. Não digam que eu não avisei.

1 - Já frequentei puteiros e palácios de governo. Vejo pouca diferença entre os dois. E, sinceramente, prefiro os puteiros.

2 - Fui preso duas vezes por desacato a autoridade. Uma delas ocorreu no carnaval de Floripa, quando a atração era encher o saco do governador Paulo Afonso repetindo o alfabeto em seu ouvido. Era época do escândalo das letras e ele não aguentou, mandou uma guardinha me retirar da área de imprensa. Me recusei e fui preso por desacato. Tomei um monte de porrada, fui chamado de "jornalistinha de merda" e ganhei uma algema de dedo. Levei um tapa na cara ao me negar a sair da viatura para interrogatório num "postinho da PM. Revidei com a algema, abrindo um talho na cara do PM, que me encostou o revólver na cabeça. A PM feminina, que me prendeu, caiu no berreiro e eu exigi ir para a delegacia. Resultado: Sai em meia hora. No dia seguinte fui escalado para entrevistar o comandante da PM, acusado de grampear seus oficiais. Sentei na frente dele, expliquei o assunto da entrevista e, antes de começar, disse: "Tem mais isso aqui comandate". Era o B.O, relatando o caso do dia seguinte e denunciando seus comandados por abuso de autoridade. Ele encostou na cadeira e disse: "Me fudi". Dois dias depois caiu. Por causa dos grampos, é claro. (O escândalo havia sido descoberto por outro colega, se não me engano o Colombo ou o Ângelo, do Diário Catarinense. Eu trabalhava em O Estado).

3 - Na posse do Lula, em 2003, perguntei para Fidel Castro se o tênis que ele estava usando era Nike. (Na época o comandante já estava proibido pelos médicos de usar seu tradicional coturno. Contei detalhes dessa história no Botelheco).

4 - Num 2 de fevereiro (data em homenagem a Iemanjá) encontrei o falecido ACM na Praça do Rio Vermelho, em Salvador. Ele veio em minha direção, acompanhado de fotógrafos e cinegrafistas, e de braço estendido. Retribui o cumprimento e, ainda apertando a mão e olhando para a cara do velho, perguntei: "Quem é o senhor". Toninho Malvadeza fechou a cara, mas respondeu: "Sou Antônio Carlos Magalhões". No que devolvi: "Prazer, Diógenes Botelho". O Exú seguiu a caminhada dando ordem para a impresa: "Corta essa merda aí". Eu dei mais um gole na minha latinha de skol. Não precisa dizer que morei na Bahia nove meses sem conseguir um emprego, vivendo apenas de "frilas" para outros estados.

5 - Não dispenso uma cervejinha depois do expediente, quando costumo contar como roubei a foto do dinheiro da Roseana Sarney durante a cobertura do caso Sudam.

6 - Hoje, confesso, sou um assessor de imprensa doido para voltar para a redação.

ps: Até que gostei desse negócio. Já tenho na cabeça mais um monte de coisas.

Estrela no ninho tucano?

Pode parecer tiro no pé, mas o apoio do PSDB ao senador petista Tião Viana para a presidência do Senado tem uma mira diferente. O alvo é 2010. A idéia dos tucanos é enfraquecer o peemedebista José Sarney, que lidera o grupo de seu partido (Renan Calheiros, Gedel Vieira Lima e outros) que defendem aliança com o candidato de Lula na próxima corrida ao Planalto.

De quebra, tucanos fortalecem, aí na Câmara, o presidente do PMDB, Michel Temer. Não é de se duvidar que o próprio mordomo de filme de terror esteja por trás da engenharia. Seu grupo (que tem entre outros Orestes Quércia, que controla uma massa enorme de votos na estrutura partidária) é bem próximo de José Serra e tende a formar uma aliança com os tucanos para 2010.

De quebra, o apoio do PSDB a Tião Viana alivia uma das principais tensões de Temer no momento. É que petistas ameaçavam trair Michel e descarregar os votos em Aldo Rebelo (PCdoB) se não tivessem apoio para seu candidato no Senado. Com o anúncio tucano, a tentação de judas amainou um pouco.

Mesmo assim, a disputa no Senado continua imprevisível. Como o voto é secreto, não se pode descartar que, até segunda-feira, tucanos pulem para o outro lado do muro e votem em Sarney no escurinho da cabine.

No Congresso, todo mundo toma chifre.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Emplacamento baiano

Do alto do 7º andar abri a janela do apartamento para averiguar o clima. Tudo certo. Farol da Barra sendo fotografado, o cheirinho do acarajé subindo, gringos abordados por ambulantes na orla e o sol forte castigando. Mais um dia de praia em minhas férias forçadas em Salvador. Desempregado sim, mas com direito a mergulho matinal na Bahia de Todos os Santos.

Era 1998, ano em que a população ainda tentava se acostumar com o novo Código Brasileiro de Trânsito. Já tinha sacado que o guardinha da esquina estava doido para multar os pedestres que ainda atravessavam fora da faixa. Agora era lei e a autoridade dele tinha inflado.

Saia da portaria, sem camisa e de chinelão de dedo. Vacilava entre atravessar a rua direto do portão para a orla ou caminhar uns 50 metros até a faixa. Preguiça da Porra!

Foi aí que se deu a cena. Robinson era um moleque de uns 15 anos que lavava carros ali na minha área, carregava uns pacotes pras velhinhas e arrumava uns bagulhos pra rapaziada. Vivia me pedindo um real. Naquele dia desafiou o guardinha.

Saiu disparado cruzando a rua fora da faixa bem na frente da autoridade de trânsito.

Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!

_ Oh moleque! Não sabe não que agora atravessar a rua fora da faixa dá multa?

Parado na linha amarela que separa a mão da contramão, Robinson baixou as calças, de costas para o guarda, e respondeu:

_ Anota a placa aí, meu rei!

O guardinha caiu na gargalhada enquanto eu me estrebuchava no meio-fio e gritava pelo moleque:

_ Vem cá Robinson, hoje vou te dar dez reais.

"Umbu se tão"

Hoje matei saudade de uma fruta que não comia há muito tempo: o umbu.

Como dizem lá na Bahia, “nunca vi umbu se tão bom como esse”.

Falando na terra de todos os santos, vou começar a escrever umas historinhas da época que morei por aquelas bandas.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Onde fica?

Tenho andado por diversos lugares do país e certamente ainda existe muito para conhecer. Mas há alguns logradouros “vendidos” para mim na infância que acredito que nunca porei meus pés. Alguém aí pode me dizer onde fica...

... a Casa do Chapéu.
... o Cafundó do Judas.
... a região onde o diabo perdeu as botas.
... e a cidade de Diatombelo.

Essa última é uma homenagem a minha amiga Gabriela Veras, que já rodou o mundo e nunca pode encontrar. Mora no Canadá, lugarzinho certamente bem longe do vilarejo que uma vez imaginou existir ao escutar a música de abertura do Sítio do Pica-pau Amarelo.

Cantava assim a menina: “...o sol nasce em Diatombelo”.

Mas, pensando bem, acho que todos nós conhecemos, mesmo que de raspão, esses reinos imaginários da infância. Eles ficam guardados num cantinho de nossa cuca, vez por outra revisitado. Como agora.

Alguém aí quer uma carona para a Casa do Chapéu? Tô indo amanhã às 7.

As alças da xícara


Passarela lateral do Museu Nacional, a obra mais recente de Oscar Niemeyer na Esplanada dos Ministérios.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Reflexos de Brasília

Quem disse que não dá para virar Brasília do avesso?

Travessias de Brasília





Na hora do rush, trabalhadores formam uma corrente humana, encobrindo a Esplanada dos Ministérios, na travessia rumo a rodoviária. Fim de dia, passos apressados e um curioso de olho em mim. Quem é esse desocupado sentado no meio fio com uma máquina na mão?
Lá no alto, descansando no poste do sinal, um pardal quer saber o motivo de tanta pressa. Estariam buscando o fim desse sutil arco-íris lá no fundo?

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Novo escritório

O Botelheco deu uma paradinha nesse início de 2009 devido a transferência de sua sede física. Como vocês sabem, mudança dá muita dor de cabeça e um estresse danado. Mas agora, já devidamente instalado no escritório de verão, o blog volta a ativa. Seguem abaixo algumas algumas fotos das novas sedes. Isso mesmo, o escritório é itinerante.


Nova poltrona do escritório tem controle natural de temperatura para que o profissional possa trabalhar com todo conforto nesse calorão.

Muitas vezes o trabalho exige um esforço extra. Fazer o quê? Mas aqui ninguém é preguiçoso né.

Salvamentos de emergência de crianças afoitas (nesse caso meu filho Pedro) fazem parte da rotina diária desse trabalho estafante, ainda mais nessa hora do rush.

Esse dia-a-dia cansativo costuma atrair a atenção de mamães agradecidas.

Aí é só ficar de olho para que o episódio não volte a se repetir.

Depois de um dia pesado qualquer cristão merece uma cervejinha.

Nessa hora, qualquer botequinho pé-sujo serve.

Antes de voltar para casa, uma paradinha para ajudar os amigos...

...que penam para escapar dos efeitos das enxurradas nesses grandes centros.

Mas um trabalhador responsável não nega hora extra. Em pouco tempo estão todos salvos do contratempo.

Mas tem neguinho que gosta de sofrer e insiste em tentar ir para casa no meio do tumulto, enfrentando os efeitos da chuvarada.

Depois senta nos escombros de sua casa e chora dizendo que perdeu tudo.

Mas a vida se renova a cada dia e sempre estamos prontos para recomeçar.

Até parece que temos sete vidas!