terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

PMDB na mira

Circula nos bastidores da imprensa aqui do Planalto que a revista Veja, em sua próxima edição, vai arregaçar o PMDB.

Segundo o buchicho, os repórteres da semanal teriam levantado alguns casos de corrupção comentados "por cima" pelo senador Jarbas Vasconcelos em entrevista na edição desta semana.

Para variar, um dos centros da denúncia seria, mais uma vez, o senador Renan Calheiros.

É esperar para ver.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

R$ 1 de picolé


Esse menino aí da foto deve ser hoje um marmanjo de uns 18 anos. Meu encontro com o Robson, em 1998, foi um desses momentos que ficam na lembrança. Estava de passagem pelo vilarejo de Jiribatuba, na Ilha de Itaparica, junto com o fotógrafo Mário Marques, um conterrâneo catarina radicado em Salvador que me guiava pela área.


Era mais ou menos umas 11 horas. O que, nas férias, significava o sinal para abrir os trabalhos do dia num boteco à beira-mar. Uma baia calma, cercada por manguezais e sol castigando.


Robson me abordou antes que eu tivesse tempo para puxar a cadeira.


_ Tio, tio, tô doido pra chupar um picolé. O senhor podia pagar um pra mim.


Tirei da carteira uma nota de um real e dei pro moleque.


Saboreava o primeiro copo de gelada, quando volta o Robson todo sorridente. Ao seu lado mais meia dúzia de moleques que rodeavam um carrinho de picolé.


_ Tio, tio, tu fez a alegria da molequeda.


_ Como assim?


_ É que todo mundo vai chupar picolé.


_ Mas quanto custa cada? (já tava calculando o prejú)


_ Dez centavos tio. Vai dar um pra cada um e ainda sobra três pra mim.


Naquele dia Robson nos seguiu até o anoitecer. Parecia um gatinho daqueles que aparece em nossa casa e, ao ganhar um pires de leite, nunca mais abandona a área.


Ele nos mostrou todas as trilhas da região e lugares que só os nativos conhecem. Ficou maluquinho quando comeu um pão quentinho com mortadela. E nesse caso, tinha que ficar maluquinho mesmo. Estávamos hospedados na laje de uma padaria de um amigo do Mário. O tal pãozinho do Robson saiu no forno direto para a mesa, com a margarina derretendo e três fatias de mortadela cortadas na hora. Pra desembuchar um refresco daqueles genéricos. Se não me engano se chamava Jesus.


Abaixo, alguns lugares que Robson nos apresentou.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

PSDB copia o PT

Não bastasse apoiar o candidato petista Tião Viana na disputa pela presidência do Senado, o PSDB agora copia o PT inaugurando o lançamento de uma "tendência" dentro do partido. O racha se deu em virtude de uma briga pela liderança do partido entre os deputados José Aníbal e Paulo Renato. O primeiro levou o cargo, mas inaugurou um novo modelo de contravenção: a rinha de tucanos.

Agora temos o PSDB e o PSDBdoB, que conta com 21 deputados e que diz que vai agir independente das decisões do líder da bancada.

Se liderança dá barraco, imagina a briga para a escolha do candidato a presidente. Serra e Aécio tem sérios motivos para se preocupar.

Lá vem

O Ministério da Saúde adquiriu no fim do ano passado 15 milhões de sachês de gel lubrificante. O lote foi comprado por R$1,1 milhão. Imagina o que o governo quer fazer conosco. É melhor encomendar a cueca de lata. Leia mais em o Globo.

PT contra a ética

Dirigia nesta quarta-feira rumo ao trabalho e, ouvindo a CBN, escutei uma coisa que imaginava não viver para captar em minhas "zorebas". O líder do governo, Henrique Fontana (PT-RS), defendeu abertamente a extinção do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara. Do outro lado, pregando o fortalecimento do Conselho, o líder do DEM, Ronaldo Caiado. O petista argumentava que os casos deveriam ser resolvidos pela Justiça, já que a Casa é muito coorporativa. O demo rebatia dizendo que, extinguindo o conselho, os parlamentares estariam adbicando de sua funções e lavando as mãos sobre futuros casos de quebra de decoro envolvendo os membros do Congresso.

Tá certo que o Conselho costuma se transformar em pizzaria. Assou várias redondas nos últimos anos (Paulinho, João Paulo Cunha...), mas também condenou alguns (Zé Dirceu, Roberto Jefferson...). Ele funciona como tribunal político, diferente das cortes judiciárias que fixam sua análise nos crimes cometidos pelo parlamentar. Portando, o conselho de ética julga a moral, não as infrações ao Código Penal.

Abrir mão dessa fiscalização, mesmo que seja deficiente, é jogar o restinho de ética que existe no Parlamento pelo ralo.

Não estou aqui puxando a brasa para o Caiado, que certamente pode mudar de opinião quando for governo. Mas o PT defendendo a extinção do Conselho de Ética é realmente uma coisa que me assusta. São tempos sintomáticos esses que vivemos.