segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Todo mundo pode fuçar

Fuçar os gastos do cartão corporativo e checar como é gasto nosso dinheiro público dá um trabalho danado. Se cada um fizer sua parte fica mais fácil pegar as falcatruas. É claro que muita coisa, em especial os saques, é pura caixa-preta. Mas devagrinho se chega lá. Se cada um pesquisar os gastos de seu estado fica bem mais fácil. A familiaridade com os nomes de empresas facilita bastante na busca. Como existem orgãos federais em todo o pais e, consequentemente, cartões na mão de servidores de norte a sul, um mutirão seria boa idéia. Quem quiser checar por conta própria pode aproveitar essas dicas:

1 - O ponto inicial é o Portal da Transparência. Chegando lá clique em Aplicações diretas. Depois marque a opção Cartões de Pagamento do Governo Federal e escolha o Exercício a ser consultado, que nada mais é do que no um jeito de besta de informar o ano que você deseja fuçar. Feito isso é só clicar em Efetuar Consultas.

2 - Aí se abre uma tela com os órgãos possíveis de consultar (há duas páginas opções). Escolha um. Dentro de um ministério existem diversas subdivições. No ministério do Trabalho, por exemplo, há as Delegacias Regionais de cada estado. Lá é que você vai encontrar os nomes e o montante que o usuário do cartão gastou no período.

3 - Estando nesse ponto é só clicar no nome do servidor e conferir seus gastos. Muitos fazem quase que somentes saques. Outros compram direto no cartão. Nessa modalidade dá para conferir o tipo de empresa onde foi efetuada a compra e deduzir do que se trata. Se a compra for feita no seu estado ou cidade fica bem mais fácil triar.

4 - Mas há várias compras onde aparece o nome jurídico da empresa, sem a identificação do ramo de atividade. A maioria é micro empresa. Nesse caso o site do Sintegra, que reúne as secretarias da Fazenda de todos os estados, ajuda muita. Lá é possível escolher o estado de pesquisa e procurar a empresa através do CNPJ que é informado no Portal da Transparência, ao lado do nome da empresa em que o funcionário fez a compra. O legal disso é que a consulta traz, além do ramo de atividade da empresa, o endereço e muitas vezes até o telefone. Quem for encarnado pode até dar um pulo na dita loja para ver se existe mesmo!

Agora mesmo estou encucado com uma compra de um servidor do Ministério da Agricultura em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. A empresa consta na Receita Estadual como "não habilitada". Além disso, seu nome não consta na lista telefônica e o endereço informado é ocupado por outro tipo de comércio, além de apartamentos. Se eu estivesse lá por perto com certeza daria uma checada. Tá com a maior cara de nota fria ou, o que seria hilário, um puteiro. O cara gastou R$ 28 (que parece coisa de boteco) no estabelecimento, depois 200 paus, em seguida 400 e, pra fechar o dia, mais "duzentinhos". Sei não?

Não custa lembrar que trabalhamos quatro meses do ano exclusivamente para pagar impostos. O meu quinhão não vão surrupiar mais tão fácil. Tô de olho!

2 comentários:

Anônimo disse...

bota logo um H na frente desse "ilário" senão não vou acreditar em mais porra nenhuma do que tu escrever!!!

Ricardo Rayol disse...

apoiado. vi umas coisas bizarras por lá.