segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Direitos e deveres

Quando pobre ganha um direito, ele costuma vir acompanhado de três deveres. É a história da lâmpada de Aladin ao inverso.

Se ganha o bolsa-família tem que provar que é pobre, precisa manter os filhos na escola (péssimas, por sinal) e ainda acompanhar constantemente, nos postos de saúde, a evolução nutricional dos bacuris (que não se alimentam direitos mesmo com os trocados do bolsa-família). Sem falar nas horas na fila do cadastro.

Se pretende uma bolsa do governo para cursar uma universidade tem que fazer o Enem, tirar boas notas na prova, comprovar assiduidade e também falta de condições para pagar uma faculdade. Sem contar que ainda passa por uma "peneira" para conseguir o pagamento integral da mensalidade. Muitas vezes só consegue 50%. Ao final do curso, precisa prestar algum tipo de serviço à comunidade. No caso do Fies, outro sistema de financiamento estudantil, tem que devolver ao governo, depois de formado, o que recebeu de auxílio.

No caso do rico a situação é diferente. Se livra de um dever e ganhar três direitos.

Os bancos ganharam R$ 150 bilhões do governo para se protegerem da crise. Com isso, se livraram de "queimar" pequena parte lucros astronômicos para enfrentar tempos de "vacas magras". Em contrapartida, mais direitos. Não emprestam o dinheiro extra. Preferem jogar no overnight "que é mais garantido". Pelo governo, óbvio. Quando emprestam, aumentam a taxa de juros (e os lucros). E, para finalizar, ainda recebem de lambuja o direito de aumentar suas carteiras comprando "a preço de banana" bancos menores.

Caminho semelhante é percorrido pelas montadoras de veículos. Recebem do governo bilhões de ajuda para seus bancos-financeiras. Em troca anunciam férias coletivas e demissões em massa. O mesmo vale para o setor da contrução civil.

Se alguém encontrar uma lâmpada mágica no meio da rua faria um bem à humanidade se fizesse apenas um pedido ao gênio:

Que sumam os governos!

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