quarta-feira, 3 de junho de 2009

Cigarrinho fiado

O Sílvio, dono de um boteco que eu frequento aqui em Brasília, é daqueles comerciantes que seguram o freguês no balcão com suas histórias. Ontem, contou uma inacreditável.

Relata o Sílvio que um velho freguês chegou no bar pedindo um maço de cigarro fiado. Anotar na caderneta esse tipo de produto é uma espécie de tabu para dono de boteco. Com o Sílvio não é diferente. Alegou que comprava cigarro à vista, que não podia fazer um negócio desse, que ia virar mania no bar, enfim, que não vendia cigarro fiado. O cliente, conformado, lhe pediu então dois reais emprestado.

Pego de surpresa e para não ser taxado de sovina na frente dos outros fregueses, Silvio tirou do bolso a nota e entregou para o camarada.

Agradecido, o sujeito deu a volta no bloco e retornou todo sorridente no boteco. Bateu com a mão no balcão e esticou a nota em direção ao dono.

_ Ô Sílvio! Me dá um maço de Derby!

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