quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Censura na internet

Desconfio que os senadores Marco Maciel (DEM-PE) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG) são completos ignorantes sobre o funcionamento da internet. Se não o forem, são censores. Pelo menos é o que se conclui da proposta de reforma eleitoral deles, aprovada hoje na CCJ do Senado, que prevê que a cobertura jornalística das eleições na internet não poderá emitir opiniões. Como assim?

Como ficam os colunistas e as milhares de pessoas que usam os espaços de comentários para emitir suas opiniões sobre o pleito. Aliás, como vão diferenciar opinião de análise? E os blogueiros? Quem vai ter condições de fiscalizar isso?

É mesmo muita cara-de-pau. Eles proíbem os veículos de emitir opinião, o que se configura censura (não há outro nome para isso), e ao mesmo tempo permitem que os políticos comprem espaço na internet para emitir suas opiniões.

E não me venham com a desculpa de que isso é para evitar que veículos privilegiem candidato A ou B, ou que políticos donos de meios de comunicação levem vantagem na disputa. Para isso, já existe o instituto do direito de resposta.

Meus caros senadores: Censura nunca foi sinônimo de justiça!

2 comentários:

Mário Coelho disse...

Botelho, não se pode esquecer que essa história de equiparar internet com rádio e tv começou na Câmara. Já tá lá no monstrengo aprovado pelos deputados em 8 de julho. Foram eles que tiveram a brilhante ideia de restringir o uso da rede. O que os senadores fizeram foi piorar a proposta em vários pontos.

Botelho disse...

Com certeza Mário. Tá uma disputa grande para ver quem faz a maior besteira nessa área. Mas os senadores, temendo a repercussão, já estão recuando.