segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Quem dá a Carta

O destaque da revista Carta Capital desta semana são as 14 páginas vendidas a Petrobras, por meio do famigerado "publieditorial", que nada mais é do que matéria paga no meio do conteúdo jornalístico da revista. Certa vez trabalhei na revista de "um jornalista" que fazia muito disso. Não imaginei que algum dia o "tic" iria "pegar" no Mino Carta.

Das 90 páginas desta edição, 19 são de anúncios de governo e estatais. Um belo capital. Fora as 14 da Petrobras, tem uma sobre trânsito bancada pelos ministérios da Saúde e Cidades, duas da Caixa e duas do governo do Ceará.
Já ia me esquecendo... Também tem duas da Cervejaria Petrópolis, empresa investigada pela PF por sonegação fiscal, numa engenharia que tem entre os cabeças o publicitário Marcos Valério, aquele carequinha do mensalão.
O julgamento da contaminação desse cenário no material editorial da revista cabe a cada leitor. Pessoalmente, ainda seleciono muito material interessante na revista. Na área da política também vale a pena ler, nem que seja, em muitos casos, para saber como pensa o governo. Mas vez ou outra a revista também bate em Lula. Bate é exagero, dá um peteleco.
Agora, nada mais me deu nojo do que uma crítica sobre o Jô Soares publicada na semana passada. Vou poupá-los da reprodução. Parecia até que foi escrita pelo Reinaldo Azevedo.
Em tempo: A capa da revista deste semana - Lá vai o outro muro - fala do fracasso do capitalismo neoliberal.
Sugiro como pauta, para a próxima edição, o nascimento do "Capitalismo Estatal".

Nenhum comentário: