terça-feira, 25 de março de 2008

Retiro, dossiê e motoserra

Volto do meu retiro em meio a essa história de dossiê do Planalto sobre os gastos sigilosos de FHC. A Veja diz que é coisa do PT, o ministro Tarso Genro culpa o TCU, o tribunal nega, a Dilma pede desculpas para Dona Ruth, Lula diz que é mentira da revista...

Só conheço um sujeito capaz de provocar tanta devastação com apenas um golpe de motoserra.

terça-feira, 18 de março de 2008

Decreto automotivo

O governo Lula acaba de editar um decreto para regulamentar o uso de carros oficiais. A medida é uma resposta rápida às investigações em curso, prontas para estourar, sobre a farra com o uso das carangas governamentais. Para se ter uma idéia, tem ministério pagando mais de R$ 1 milhão por mês por aluguel de 12 carros. Com esse dinheiro dava para comprar mais do que o dobro.

O decreto proíbe, por exemplo, o uso de veículos durante finais de semana e feriado, exceto para atividades de trabalho; e a guarda de carros oficiais em garagens residenciais.

Se proíbe é porque antes era permitido?

Cartão piroca

"Enquanto no Brasil se gasta com tapioca na Espanha é com piroca". A frase é do colega William Passos, após ler matéria publicada pelo site Conta Abertas sobre os gastos com cartões corporativo feitos por um vereador do balneário espanhol de Palma de Mallorca. Confira do que se trata.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Odor de mercado

E dizer que o mundo inteiro confiava numa instituição chamada FED. Eita nariz entupido danado!

Videntes de araque

Ler as análises de economistas sobre a crise econômica mundial é puro divertimento. Cada um diz uma coisa. Engraçado que eles só chegam a uma conclusão prática depois do fato consumado. Há um ano ninguém via a possibilidade de quebradeira. A cada dia fica mais evidente que economista é igual mãe-de-santo: Roda, roda e só enrola.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Na boca do caixa

Agora ficou mais fácil fazer compras no Congresso. Instalaram terminais da Caixa e do Banco do Brasil no cafezinho do Plenário da Câmara. Entre uma votação e outra os parlamentares podem conferir o saldo. É a modernidade.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Cadê a Agenda

O site da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca - SEAP não disponiliza mais a agenda do ministro Altemir Gregolin. Tentei umas dez vezes, mas a página sempre cai. Será que é para a imprensa não "cruzar" os gastos dele com cartão corporativo com a agenda de atividades? Queria saber, por exemplo, o que ele estaria fazendo em Floripa no dia 19 de janeiro. Vou tentar por telefone, com a assessoria.

Pito nos jornalistas

O ministro Jorge Hage mandou publicar no Portal da transparência um comunicado em que dá um puxão de orelha na imprensa. Diz que, ao fuçar os dados dos cartões, muitos jornalistas estão comentendo injustiças. Apuram mal e colocam inocentes em situação constrangedoras. Na maioria dos casos apontados, ele está certo. Mas há dois em especial que a defesa feita por ele é questionável.

Um deles é o da famosa mesa de sinuca do Ministério das Comunicações. Para CGU, é normal gastar dinheiro público para trocar o pano do "móvel". Afinal, segundo Hage, ele "é usado como passatempo dos motoristas, nos horários de folga. Para a CGU, a despesa foi absolutamente legal". Pô ministro, será que os funcionários não podiam, pelo menos, fazer uma "vaquinha" em prol dessa diversão. Nós é que temos que pagar por isso?

O segundo caso considerado normal pela CGU diz respeito ao gasto de R$ 70 na choperia Pingüim, em Ribeirão Preto (SP), feito pelo ministro Altemir Gregolin (Pesca). Segundo Hage, "a CGU verificou que o cartão pagou uma refeição do ministro. Não há no documento menção a bebida alcoólica". Cabe perguntar ao ministro se ele já viu, algum dia, nota de restaurante discriminando birita. Em 99% dos casos tá escrito lá: refeição. Porém, nesse caso, juridicamente não há o que se contestar. Se tá refeição na nota é refeição e ponto. Refeição de choperia.

Partindo dessas pequenas concessões é que as coisas vão se avolumando.

Este blog tá fora do puxão de orelha, pelo menos por enquanto. O ministro não questionou os registros sobre as compras dos seguranças de Luriam no Camelão de São José, os gastos deles em uma padaria do Bom Abrigo, em Floripa, muitos menos as compras de Ariene, funcionária da Presidência, na feira do Paraguai de Brasília e numa loja de brinquedos do Distrito Federal.

Quem é o pai?

Dona Marisa está cabreira. Lula acaba de dizer que a ministra Dilma é a mãe do PAC. Quem seria o pai?

As costureiras do Planalto

Enquanto o PSDB movimenta suas peças para a sucessão de 2010, o PT e o presidente Lula trabalham para ampliar espaço no eleitorado. De olho em eleitores descontentes com o governo, em especial da classe média, o Planalto tem na manga um projeto para aumentar as faixas (hoje são duas) de desconto do imposto de renda. Isso beneficiaria exatamente essa fatia do eleitorado, que ganha entre 3 mil e 10 mil reais. Hoje, pagam os mesmos 27,5% que banqueiros e grandes empresários. Passariam a pagar um pouco menos.

Na outra ponta, o governo amplia as bolsas para garantir o eleitorado das classes mais baixas, que já conta como seu.

Em outra frente, Lula e PT se aproximam cada vez mais dos evangélicos, fortelecendo laços com o senador Marcello Crivella, no Rio, e com a Rede Record, do bispo Edir Macedo. É um eleitorado considerável e que pode ser decisivo numa corrida presidencial.

Só não resolveram ainda um problema: o candidato. Coisa simples assim.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Imposto da "cumpanheirada"

A Câmara dos Deputados vai dar, na semana que vem, mais uma mostra de sua incoerência. Ao votar a lei que reconhece as centrais sindicais, aprovou também o fim do imposto sindical obrigatório, aquele que nos tunga um dia de trabalho por ano. Pela proposta, se tornaria uma contribuição facultativa, só descontada do trabalhador que autorizasse. Pois o Senado vetou isso, mantendo a taxação compulsória.

Agora, a Câmara vota o assunto de novo. Por coerência, teria que retomar sua proposta, acabando de vez com a obrigatoriedade da taxa. Só que a Casa está tomada por sindicalistas das mais variadas frentes. Querem manter as boquinhas e especilmente a grana (nossa, é claro) que lhes suspenta. Para isso, usam argumento$ forte$ na conver$a com os deputados. É prome$$a de voto, ajuda para campanha...

Não há duvida, a Câmara, que parecia ter tido um lampejo de lucidez ao acabar com o imposto obrigatório, vai dar ré na votação programada para a próxima semana.

Foi dada a largada para 2010

A união de PV, PPS e PSDB em torno da candidatura de Gabeira no Rio é o pontapé inicial de um movimento mais ambicioso, visando as eleições de 2010. Não é a toa que Serra e Aécio se apressaram em declarar publicamente o apoio a Gabeira, antes mesmo do diretório municipal tucano oficializar a aliança.

Serra, pois é um dos pais da idéia. Quer dar ao PSDB, e principlamente a sua canditura em 2010, uma guinada à esquerda.

Aécio, por sua vez, percebeu o movimento do seu concorrente direto na cabeça da chapa tucana. Como bom mineiro, preferiu somar a dividir.

O prefeito do Rio, Cesar Maia, já se mostra preocupado com a articulação, tanto que dedicou a abertura de seu ex-blog de hoje ao assunto. Ele mesmo cogita ser candidato em 2010 e defende que o DEM se desquite do PSDB em 2010. Analisa que a esquerda está dividida e que há espaço na sociedade brasileira para o avanço da direita.

Cesar Maia é esperto e sabe que Serra não brinca em serviço.

O futuro dirá, mas esses movimentos tem tudo para resultar num enxugamento do quadro partidário brasileiro, com a fusão de diversas siglas após 2010.

Uma icógnita é o PMDB. Para onde o mastodonte político de grande apetite vai se arrastar? Aguardemos os próximos passos.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Vai plantar o quê?

Um grupo de deputados lançou nesta quarta-feira, em Brasília, a Frente Parlamentar da Agricultura. Um deles, quando foi assinar a lista de presença, percebeu que entre os apoiadores da iniciativa estava o colega Fernando Gabeira. Como não perde piada, foi logo perguntando: O Gabeira vai plantar o quê?

Defensor da descriminalização da maconha, Gabeira é um dos quadros mais respeitados na Câmara e, agora, surge como pré-candidato a prefeitura do Rio de Janeiro. Sua incursão na política municipal com certeza servirá para fazer chegar umas verdades à uma corja de políticos safados que habitam por lá. Se fizer coisa semelhante ao que fez com Severino Cavalcanti já será uma boa para a cidade.

E ele não se intimida. Lembro que certa vez, na Comissão de Segurança Pública da Câmara, um dos deputados reclamou da convocação frequente de sequestradores para prestar depoimento. Dizia que era um absurdo, que lugar de traficante era na cadeia, quando Gabeira interrompeu:

_ Nobre colega, se essa regra passar a valer eu vou ter que me ausentar da comissão.

Gabeira foi um dos militantes de esquerda que participaram do sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick em 1969, durante a ditadura militar, para exigir que o governo brasileiro libertasse presos políticos.

Aliás, um dos libertados foi o ex-ministro José Dirceu, figura que hoje Gabeira quer distância.

terça-feira, 4 de março de 2008

Cadê o projeto?

O deputado José Anibal, líder do PSDB na Câmara, foi o entrevistado de ontem no Roda Viva, da TV Cultura. Tudo bem que o comentário tá atrasado, mas vale o registro. Perguntado pelo Carlos Marchi, do Estadão, onde estava o projeto da oposição para o Brasil se enrolou todo. Foi até contrangedor. E olha que o Zé não inábil. É que não tem projeto mesmo. Ele também não pode dizer que vai dar continuidade ao projeto do FHC, pois esse o PT já se apropriou. Eita sinuca de bico!

segunda-feira, 3 de março de 2008

Dedo-duro

Políticos próximos ao presidente são unânimes em negar que Lula tomou um aperitivo antes de desancar o Judiciário na semana passada, em Aracaju. Hoje, na sessão solene da Câmara dos Deputados em homenagem aos 28 anos do PT, um deles brincava:

_ Se Lula bebe Marcelo Déda.