sexta-feira, 7 de março de 2008

Pito nos jornalistas

O ministro Jorge Hage mandou publicar no Portal da transparência um comunicado em que dá um puxão de orelha na imprensa. Diz que, ao fuçar os dados dos cartões, muitos jornalistas estão comentendo injustiças. Apuram mal e colocam inocentes em situação constrangedoras. Na maioria dos casos apontados, ele está certo. Mas há dois em especial que a defesa feita por ele é questionável.

Um deles é o da famosa mesa de sinuca do Ministério das Comunicações. Para CGU, é normal gastar dinheiro público para trocar o pano do "móvel". Afinal, segundo Hage, ele "é usado como passatempo dos motoristas, nos horários de folga. Para a CGU, a despesa foi absolutamente legal". Pô ministro, será que os funcionários não podiam, pelo menos, fazer uma "vaquinha" em prol dessa diversão. Nós é que temos que pagar por isso?

O segundo caso considerado normal pela CGU diz respeito ao gasto de R$ 70 na choperia Pingüim, em Ribeirão Preto (SP), feito pelo ministro Altemir Gregolin (Pesca). Segundo Hage, "a CGU verificou que o cartão pagou uma refeição do ministro. Não há no documento menção a bebida alcoólica". Cabe perguntar ao ministro se ele já viu, algum dia, nota de restaurante discriminando birita. Em 99% dos casos tá escrito lá: refeição. Porém, nesse caso, juridicamente não há o que se contestar. Se tá refeição na nota é refeição e ponto. Refeição de choperia.

Partindo dessas pequenas concessões é que as coisas vão se avolumando.

Este blog tá fora do puxão de orelha, pelo menos por enquanto. O ministro não questionou os registros sobre as compras dos seguranças de Luriam no Camelão de São José, os gastos deles em uma padaria do Bom Abrigo, em Floripa, muitos menos as compras de Ariene, funcionária da Presidência, na feira do Paraguai de Brasília e numa loja de brinquedos do Distrito Federal.

Um comentário:

Ricardo Rayol disse...

chutou onde dói ehehehe