A corrupção que toma conta do país desde o sempre poderia ser melhor combatida com uma simples medida para minimizar a burocracia. Falo da transparência total no cadastro de empresas, com a possibilidade de se consultar, pela internet e gratuitamente, os sócios de determinada pessoa jurídica. Hoje, para se saber quem é o dono de qualquer "baiúca", é necessário entrar com pedidos em cartórios e Juntas Comerciais. Detalhe: Se paga para isso. E não é lá baratinho assim.
Pela internet, e com o CNPJ nas mãos, é possível conseguir, no máximo, o endereço, o telefone e o nome da empresa nos sites da Receita. O Sintegra já é uma bela ferramenta, mas não tem tudo.
Para nós, jornalistas, isso atrapalha muito na hora de investigar, por exemplo, empresas com contratos com o governo. Como descobrir se a empresa que ganhou uma licitação pública é de propriedade de alguma autoridade, de parentes ou de laranjas usuais de um político? É preciso chegar aos sócios.
E lá vamos nós peregrinar por cartórios.
Quando é uma meia dúzia de empresas, ainda vá lá. Mas e quando queremos cruzar as informações de uma lista de 100, 500, 1000? Impossível.
Assim, dizer que jornalista só dá furo quando a matéria cai no colo dele tem um pouco de razão. Falta tempo e "saco" para passar semanas na fila de cartórios.
Esse é um pequeno exemplo de como a burocracia e a a falta de transparência são amigas da corrupção.
É claro que existem outros meios de se conseguir as informações que citei. Mas aí ninguém é bobo de revelar, né.
CAMINHOS E PARCERIAS - miséria pouca é bobagem
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