Lula já sabe o que fazer em 2011. Vai virar ombudsman da imprensa nacional e já está treinando. Nesta quarta-feira voltou a
sentar o sarrafo na mídia, que para ele age de má-fé e não mostra a realidade brasileira. É claro que existem casos de má-fé, mas daí a generalizar é, no mínimo, imprudência.
Com relação a realidade brasileira, a mídia mostra sim. A começar pela reprodução desse tipo de bobagem que o presidente costuma dizer dia sim, dia não. Agora, em campanha, é dia sim, outro também.
É impressionante, também, observar que Lula é um sujeito ingrato, já que a mídia foi a principal responsável por torná-lo uma celebridade da política.
Mas ele acaba seguindo a regra da maioria dos governantes, que idealizavam uma mídia puxa-saco e vendida, mas como não podem comprar todos, saem atirando naqueles que dispensam o alinhamento e exercitam o livre direito de opinião.
Na segunda-feira, Hugo Chávez mandou prender um opositor que lhe criticou na TV. Lula nunca chegará a tanto, mas deve ter vontade. Lembram que ele queria expulsar do Brasil o Larry Rother, do New York Times, por ter escrito uma matéria sobre sua mania de bebericar?
Não concordar com a mídia, criticar seus atos, tudo isso é normal. Mas querer ensinar e ainda escolher o que ela deve veicular é devaneio puro.
E um devaneio perigoso, que devia lhe lembrar de um tempo que os jornais publicavam receitas de bolo, pois era proibido criticar.